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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Pescador mexicano


Numa aldeia de pescadores da costa do México, um pequeno barco retorna do mar.
Um turista americano se aproxima e cumprimenta o pescador mexicano pela qualidade do pescado.
Curioso, o turista pergunta: “Quanto tempo levou para pegar esta quantidade de peixes?”.
“Não muito tempo”, responde o mexicano.
“Bom, então por que você não ficou mais tempo no mar e pegou mais peixes?”
O mexicano explica que aquela quantidade bastava para atender às necessidades de sua família.
“Mas o que você faz com o resto do seu tempo?”, indaga o americano.
“Eu durmo até tarde, pesco um pouco, brinco com meus filhos, descanso com minha esposa”.
“Eu tenho uma vida boa...”
“À noite eu vou até a vila para ver meus amigos, tomar umas bebidas, tocar violão, cantar umas músicas...”.
O americano interrompe: “Pois eu posso lhe ajudar a ter uma vida realmente boa. Faça o seguinte: comece a passar mais tempo pescando todos os dias. Aí você pode vender todo o peixe extra que conseguir pescar. Com o dinheiro extra, você compra um barco maior. Com a receita extra que o barco maior vai trazer, você pode comprar um segundo e um terceiro barco, e assim por diante até possuir uma frota de pesqueiros.
“Ao invés de vender seu peixe para um atravessador, negocie diretamente com as fábricas de beneficiamento ou quem sabe pode até abrir sua própria indústria de beneficiamento.”
“Aí você pode deixar esta vila e ir morar na Cidade do México, Los Angeles ou até mesmo em Nova Iorque!!”
“De lá você toca seu imenso empreendimento!”
Quanto tempo isso iria levar? pergunta o mexicano.
“Uns vinte, quem sabe vinte e cinco anos”, responde o americano.
“E depois?”
“E depois? Aí é que começa a ficar bom”, responde o americano, rindo; “quando seu negócio começar a crescer de verdade, você abre o capital e faz milhões!!!”
“Milhões? Sério? E depois disso?”
“Depois disso você se aposenta e vai morar numa vilazinha da costa mexicana,
dorme até tarde, pega uns peixinhos, descansa ao lado da esposa, brinca com seus filhos e passa as noites se divertindo com os amigos...”
Em geral, as pessoas vivem para TER em lugar de SER. Gastam seu tempo e esforço para obter bens materiais, pensando em aproveitar a vida num futuro remoto que nem ao menos sabem se existirá.
Esquecem que a vida está no momento presente e que a felicidade pode ser encontrada nas coisas mais simples da vida.
Viva e seja feliz agora!!!

Autor desconhecido

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pedrinhas


Um homem caminhava pela praia numa noite de lua cheia e pensava:
"Se tivesse um carro novo, seria feliz"
"Se tivesse uma casa grande, seria feliz"
"Se tivesse um excelente trabalho, seria feliz“
"Se tivesse uma parceira perfeita, seria feliz"
Nesse momento, tropeçou em uma pequena sacola cheia de pedras e começou jogá-las uma a uma no mar.
E a cada vez dizia: "Seria feliz se tivesse..."
Assim fez até que restou apenas uma pedrinha, que decidiu guardar.
Ao chegar em casa percebeu que aquela pedrinha tratava-se de um diamante muito valioso.
Quantos diamantes teria jogado ao mar sem parar para pensar?
Muitas vezes nós também jogamos fora nossos preciosos tesouros, esperando o que acreditamos ser perfeito ou sonhando e desejando o que não temos.
Cada pedrinha deve ser observada, pois pode ser um diamante valioso.
Cada um de nossos dias pode ser considerado um diamante precioso e insubstituível.
Depende de cada um aproveitá-lo ou lançá-lo ao mar do esquecimento para nunca mais recuperá-lo.
E você, o que anda fazendo com suas pedrinhas, que podem ser...
Amores, trabalho, amigos, e até mesmos seus sonhos?

Autor desconhecido

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A pedra


O distraído nela tropeçou.
O bruto a usou como projétil.
O empreendedor, construiu.
O camponês, cansado da lida, dela fez assento.
Para os meninos, foi brinquedo.
Drummond a poetizou.
E o artista concebeu a mais bela escultura...
Em todos esses casos, a diferença não estava na pedra...
...Mas no homem.

Autor desconhecido

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Pedido de criança


Quiido Papai do Céu:
Pu favoi, põe bastante zuízo nas zentes gandes.
Ensina eles a respeitá os bicinhos, as forzinhas, as matas, os rios, as paias, o mar e todo o ar do céu, pa zente num picisá inalação nem inzeção qui cura dodói e faz oto dodói.
Ensina eles a num bigá, num fazê tanta cara feia, num zogá tanta bomba, num dessá tanta zente sem casinha, sem papai, sem mamãe, sem papinha.
Ensina eles, Papai do Céu, a ficar bem quetinhos no seu colinho, qui cura tudo lá dento du coração, aí eles vão fica bem milor, bem mais bunitinhos!
I a zente vai podê tê futuio nessa Terra linda qui cê deu pa nóis!
Tem pacênça, Papai do Céu, eles apende!
Muito bigado, Amém, um bezo de todas as crianças.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pausa


“Na pausa não há música, mas a pausa ajuda a fazer a música”.
Na melodia da nossa vida a música é interrompida aqui e ali por "pausas’...
E nós, sem refletirmos, pensamos que a melodia terminou.
Deus nos envia, às vezes, um tempo de parada forçada.
Pode ser uma provação, planos fracassados, ou esforços frustrados.
E faz uma pausa repentina no coral de nossa vida.
Nós lamentamos que a nossa voz tenha de calar-se, e tenha de faltar a nossa parte na música que sobe até aos ouvidos do criador.
Mas como é que o maestro lê a pausa?
Ele continua a marcar o compasso com a mesma precisão e toma a nota seguinte com firmeza, como se não tivesse havido interrupção alguma.
Deus segue um plano ao escrever a música de nossa vida.
A nossa parte deve ser aprender a melodia e não desmaiar nas "pausas".
Elas não estão ali para serem passadas por alto ou serem omitidas, nem para atrapalhar a melodia ou alterar o tom.
Se olharmos para cima, Deus mesmo marcará o compasso para nós.
Não nos esqueçamos, contudo, de que “ela ajuda a fazer a música”.
Com os olhos Nele, vamos ferir a próxima nota com toda a clareza sem murmurarmos tristemente: “Na pausa não há música”.
Compor a música da nossa vida é geralmente um processo lento e trabalhoso.
Com paciência, Deus trabalha para nos ensinar!
E quanto tempo Ele espera até que aprendamos a lição!
Lembre-se, a pausa não dura muito.
Ela apenas serve para continuar a música!

Autor desconhecido

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Parte mais importante


Quando eu era muito jovem, minha mãe me perguntou qual era a parte mais importante do corpo.
Eu achava que o som era muito importante para nós, seres humanos, então eu disse: - Minhas orelhas, mãe.
- Não, disse ela. Muitas pessoas são surdas...
Mas continue pensando sobre este assunto. Em outra oportunidade eu volto a lhe perguntar.
Algum tempo se passou até que minha mãe perguntou outra vez.
Eu havia pensado bastante e imaginava ter encontrado a resposta correta.
Assim, desta vez eu lhe disse:
- Mãe, a visão é muito importante para todos, então devem ser nossos olhos.
Ela me olhou e disse:
- Você está aprendendo rápido, mas a resposta ainda não está correta, porque há muitas pessoas que são cegas...
Eu havia errado outra vez!
Continuei minha busca por conhecimento ao longo do tempo. Minha mãe voltou ao assunto várias vezes, mas a cada resposta minha, ela retrucava:
- Não... Mas você está ficando mais esperta a cada ano.
Então, um dia, meu avô morreu. Todos estavam tristes. Todos choravam. Até mesmo meu pai, que eu nunca havia visto chorar. Minha mãe olhou para mim quando fui dar o meu adeus ao vovô, e me perguntou:
- Você já sabe qual a parte do corpo mais importante?
Fiquei um tanto chocada por ela me fazer à pergunta justamente naquele momento. Sempre achei que era apenas um jogo entre nos duas.
- Hoje é o dia em que você necessita aprender esta importante lição, disse ela.
Ela me olhou de um jeito que só uma mãe pode fazer e falou:
- Minha querida, a parte do corpo mais importante são seus ombros.
Intrigada, perguntei:
- Porque eles sustentam minha cabeça?
- Não, respondeu ela, é porque podem apoiar a cabeça de um amigo ou de alguém amado quando eles choram.
- Todos precisam de um ombro para chorar em algum momento de sua vida.
Naquela ocasião eu descobri qual a parte do corpo mais importante. Descobri, também, a importância de ser "simpático" à dor dos outros.
Porque, naquela hora, quem precisou de um ombro fui eu.
Eu espero que você tenha bastante amor e amigos, e que seus ombros estejam sempre à disposição quando alguém precisar – disse minha mãe.
Sempre que recordo este fato, lembro da seguinte citação:
"As pessoas esquecerão do que você disse... esquecerão do que você fez... mas as pessoas nunca esquecerão do que você as fez sentir.
Os bons amigos são como estrelas... você nem sempre as vê, mas sabe que sempre estão lá".

Autor desconhecido

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Parábola dos lápis


O Fabricante de lápis olhou para cada um de seus lápis e disse:
- Existem cinco coisas que você precisa saber antes de ser enviado ao mundo.
Lembre-se sempre delas e você se tornará o melhor lápis que pode haver.
Primeira:
Você poderá fazer coisas muito importantes, mas só se permitir-se estar seguro na mão de Alguém.
Segunda:
Você experimentará um doloroso processo de ser afiado de vez em quando mas isto é necessário se quiser se tornar um lápis melhor.
Terceira:
Você sempre terá a possibilidade de corrigir qualquer mal entendido que puder ocasionar.
Quarta:
Sua parte mais importante estará sempre no interior.
Quinta:
Seja qual for a condição, você deverá continuar a escrever. Deverá deixar uma marca sempre clara e legível, não importa quão difícil seja a situação.
Os lápis prometeram lembrar as recomendações, e entraram na caixa compreendendo perfeitamente o propósito do seu Fabricante.

Autor desconhecido

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Pais e Filhos: Companheiros de Viagem


Às vezes, imagino a vida como uma viagem de trem, feita com companheiros que a compartilham em determinados trechos.
Quando nasci, entrei no trem em que estavam meus pais; eles já conheciam algumas coisas sobre a viagem e sobre o trem.
Certamente parte de seus conhecimentos correspondia à verdade e outra parte não passava de ilusões.
No meio da minha viagem nasceram meus filhos.
A esta altura, eu também já conhecia algumas coisas a respeito da viagem e do trem; igualmente, parte era verdadeira e parte não.
Há pouco tempo meu pai deixou o trem e, com sua partida, a dor mudou a maneira de fazermos a viagem. Mas o trem continuou...
Quando juntos, cada um dos companheiros de viagem faz suas descobertas...
...e procura passá-las para os outros, sabendo que a riqueza da luz se amplia quando é compartilhada.
Pais e filhos, somente companheiros.
Nem guias, nem professores, muito menos proprietários...
Pais e filhos, o maior e mais belo encontro da vida, cúmplices no aprender a desvendar os mistérios de cada um; amigos nas transformações, pois este é um dos grandes segredos da vida: quase tudo é provisório!
O que hoje nos sacia, amanhã pode não mais fazê-lo.
De definitivo, somente os filhos e, por conseqüência, os pais: definitivo e eterno amor.
No meio das ondas do ato de se viver e dos percursos das nuvens em se buscar.
Definitivos e eternos, simplesmente...
Companheiros de Viagem!

(trecho do livro Pais e Filhos: Companheiros de Viagem, de Roberto Shinyashiki)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

“Pai nosso” com o nosso Pai


"Pai nosso que estais no céu..."
Sim? Estou aqui...
Por favor, não me interrompa, estou orando!
Mas você me chamou!
Chamei? Eu não chamei ninguém. Estou orando. "Pai nosso que estais no céu..."
Aí! Você fez de novo.
Fiz o que?
Me chamou! Você disse: "Pai nosso que estais no céu." Estou aqui. Como é que posso ajuda-lo?
"Pai nosso que estais no céu..."
Sim? Estou aqui...
Por favor, não me interrompa, estou orando!
Mas você me chamou!
Chamei? Eu não chamei ninguém. Estou orando. "Pai nosso que estais no céu..."
Aí! Você fez de novo.
Fiz o que?
Me chamou! Você disse: "Pai nosso que estais no céu." Estou aqui. Como é que posso ajuda-lo?
Mas prossiga sua oração.
"Santificado seja o Vosso nome..."
Espera aí! O que você quer dizer com isso?
Faz parte da oração, só isso!
Santificado significa digno de respeito, Santo, Sagrado.
Nunca havia pensado no sentido dessa palavra ... santificado. "Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu..."
Está falando serio? Claro! Por que não?
E o que você faz para que isso aconteça?
O que faço? Nada! É que faz parte da oração, além disso seria bom que o Senhor tivesse controle de tudo o que acontecesse no céu e na terra também.
Tenho controle sobre você?
Bem, eu freqüento a igreja!
Não foi isso que eu perguntei! Que tal o jeito que você trata os seus irmãos, a maneira com que você gasta o seu dinheiro, o muito tempo que você dá à diversão e o pouco tempo que você dedica a mim?
Por favor. Pare de criticar!
Pensei que você estava pedindo para que fosse feita a minha vontade. Se isso for acontecer tem que ser com aqueles que oram, mas que aceitam a minha vontade, o frio, o sol, a chuva, a natureza, a comunidade.
Está certo, tem razão. Acho que nunca aceito a sua vontade, pois reclamo de tudo: se manda chuva, peço sol, se manda o sol reclamo do calor, se manda frio, continuo reclamando, se estou doente, peço saúde, mas não cuido dela...
Ótimo reconhecer tudo isso. Vamos trabalhar juntos, eu e você, mas olha, vamos ter vitórias e derrotas. Eu estou gostando dessa nova atitude sua.
Olha Senhor, preciso terminar agora. Esta oração esta demorando muito mais do que costuma ser. Vou continuar: "o pão nosso de cada dia nos dai hoje..."
Pare ai! Você esta me pedindo pão material? Não só de pão vive o homem, mas também da minha palavra. Quando me pedir o pão, lembre-se daqueles que nem conhecem pão. Pode pedir-me o que quiser, desde que me veja como um Pai amoroso! Eu estou interessado na próxima parte de sua oração. Continue!
"Perdoai as nossas ofensas, assim como nos perdoamos a quem nos tem ofendido..."
E o seu irmão desprezado?
Olhe Senhor, ele já me criticou várias vezes e não era verdade o que dizia. Não consigo perdoá-lo. Mas, e a sua oração? O que quer dizer sua oração? Você me chamou, e eu estou aqui, quero que saia daqui transfigurado, estou gostando de você ser honesto. Mas não é bom carregar o peso da ira dentro de você, não acha?
Acho que iria me sentir melhor se lhe desse o troco!
Não! Iria se sentir pior. A vingança não é tão doce quanto parece. Pense na tristeza que me causaria, pense na sua tristeza agora. Eu posso mudar tudo para você. Basta você querer.
Pode? Mas como?
Perdoe seu irmão, e eu o perdoarei e aliviarei.
Mas Senhor, eu não posso perdoá-lo.
Então não me peça perdão também!
Mais uma vez está certo! Mais do que vingar-me, quero a paz com o Senhor. Está bem, está bem; eu perdôo a todos, mas ajude-me Senhor. Mostre-me o caminho certo para mim e meus inimigos.
Isto que você pede é maravilhoso, estou muito feliz com você. E você, como esta se sentindo?
Bem, muito bem mesmo! Para falar a verdade, nunca havia me sentido assim! É tão bom falar com Deus.
Ainda não terminamos a oração. Prossiga...
"E não deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal..."
Ótimo, vou fazer justamente isso, mas não se ponha em situações onde possa ser tentado.
O que quer dizer com isso?
Deixe de andar na companhia de pessoas que o levam a participar de coisas sujas, intrigas, fofocas. Abandone a maldade, o ódio. Isso tudo vai leva-lo para o caminho errado. Não me use como saída de emergência!
Não estou entendendo!
Claro que entende! Você já fez isso comigo várias vezes. Erra, depois corre a me pedir socorro.
Estou com muita vergonha, perdoe-me Senhor!
Claro que perdôo! Sempre perdôo a quem esta disposto a perdoar também. Mas não esqueça, quando me chamar, lembre-se de nossa conversa. Medite sobre cada palavra que falar! Termine sua oração.
Terminar? Ah, sim, "Amém!"
O que quer dizer "Amém?
Não sei. É o final da oração.
Você só deve dizer "Amém" quando aceita dizer tudo o que eu quero, quando concorda com minha vontade, quando segue os meus mandamentos, porque "amém" quer dizer "assim seja", "concordo com tudo que orei".
Senhor, obrigado por fazer-me entender, de verdade, esta oração.
Eu amo cada um dos meus filhos, amo mais ainda aqueles que querem sair do erro, aqueles que querem ser livres do pecado. Abençôo-te e fica com minha paz!
Obrigado Senhor! Estou muito feliz.

Autor desconhecido

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O verdadeiro coelhinho


Era uma vez....
Um pai e uma mãe Coelhos de Páscoa, que tinham sete filhotes.
Estava chegando a Páscoa e o pai e a mãe queriam saber qual de seus filhos era o Coelho da Páscoa de verdade...
Qual deles ia seguir a tradição.
Então a mãe preparou os ovos de Páscoa e cada coelhinho escolheu um.
A missão era levar o ovo para uma criança sem nada acontecer no caminho.
O mais velho escolheu o ovo dourado.
Correu por campos, campinas e pelo bosque, até chegar na casa onde deveria esconder o ovo. Mas o portão era alto e ele corria com tanta velocidade e deu um pulo tão grande, que caiu de mau jeito do outro lado, e o ovo quebrou...
Esse não era o Coelho da Páscoa de verdade!
O segundo escolheu o ovo prateado.
Quando passava pelo campo encontrou a raposa, que desejava muito aquele ovo e pediu que lhe desse de presente. Isso o coelho não queria...
A raposa então prometeu dar-lhe em troca uma moeda de ouro. Mas para isso, tinham que ir até a sua toca. Chegando lá, a raposa escondeu o ovo e voltou arreganhando os dentes, como se fosse comer o coelho.
Ele fugiu correndo o mais que pôde... E o ovo ficou na toca da raposa.
Esse não era o Coelho da Páscoa de verdade!
O terceiro coelho escolheu o ovo vermelho.
Já estava no meio do caminho quando encontrou um amiguinho e daí pensou: - Ainda tenho bastante tempo, vou brincar um pouco... Os dois coelhos brincaram e rolaram pela grama e nem repararam no ovo, que ficou todo amassado.
Esse não era o Coelho da Páscoa de verdade!
O quarto escolheu o ovo verde.
Quando chegou ao bosque, uma gralha ladrona começou a gritar do alto da árvore: - A raposa vem vindo! A raposa vem vindo!
O coelho olhou amedrontado para os lados e não sabia como esconder o ovo. - Eu escondo para você - disse a gralha.
Mas, como a raposa não apareceu, ele quis de volta o seu ovo. A gralha então disse: - Ele está muito bem instalado aqui no meu ninho. E não devolveu o ovo...
Esse não era o Coelho da Páscoa de verdade!
O quinto coelhinho escolheu o ovo cinza.
Estava andando por seu caminho e chegou a uma ponte, olhou para baixo e viu sua imagem refletida na água. Ficou tão fascinado, que se esqueceu do ovo, e este acabou se espatifando sobre uma pedra.
Esse não era o Coelho da Páscoa de verdade!
O sexto escolheu o ovo de chocolate, se despediu do irmãozinho e seguiu seu caminho.
No meio do caminho encontrou um esquilo que queria muito dar uma lambida no ovo de chocolate. Como era só uma lambidinha, ele deixou... O esquilo disse que estava tão gostoso, tão gostoso, que o coelho não resistiu e também deu uma lambidinha. E, assim, de lambidinha em lambidinha, eles acabaram comendo o ovo todinho...
Esse não era o Coelho da Páscoa de verdade!
O sétimo coelhinho, o menor de todos, escolheu o ovo azul. Ele passou pelo campo e pelo bosque. Na floresta, a gralha gritou: - A raposa vem chegando! Mas o coelho não deu ouvidos.
Encontrou a raposa, mas não deu atenção a ela. Também encontrou o coelho brincalhão, mas continuou andando.
No lago, ele não olhou para os lados nem para baixo enquanto atravessava a ponte. Quando encontrou o esquilo, que queria muito experimentar o ovo, não permitiu. Assim, finalmente, o coelhinho chegou à casa onde as crianças moravam. Seu pulo sobre o portão não foi curto nem longo demais. Ele chegou direitinho ao outro lado sem quebrar o ovo.
Esse era o Coelho da Páscoa de verdade!
Tinha cumprido sua missão...
Lá, escolheu um lugar debaixo das árvores, fez um ninho com as folhas secas e escondeu o ovo.

Conto popular russo, adaptado por Edilamar Galvão

sábado, 8 de outubro de 2011

Os 7 vultos


Estava um homem sentado num banco de praça onde sempre costumava ficar por algum tempo.
Ele relaxava olhando as árvores ao sol e ao vento, as pombas em busca de alimentos, os camelôs vendendo quinquilharias, os pássaros fazendo ninhos, as crianças brincando, os sinos da igreja badalando, velhinhos rolando dados ou jogando dominós.
Subitamente viu-se rodeado por 7 vultos de rosto encoberto, e um deles lhe disse:
- Nós somos moradores do futuro.
- O que vieram me falar? - perguntou ele, sentindo-se incomodado.
Assim, um a um começou a dizer:
1º - Eu sou uma tormenta: um dia poderei levar tudo que você possui.
2º - Eu sou a fome: um dia poderei chegar e você conhecerá uma das maiores dores que assolam o mundo.
3º - Eu sou o desemprego: um dia poderei visitá-lo e você não saberá como sobreviver.
4º - Eu sou um incêndio: um dia poderei deixá-lo sem teto e sem abrigo.
5º - Eu sou a melancolia: um dia poderei atingi-lo e você perderá a vontade de viver.
6º - Eu sou a solidão: um dia poderei bater à sua porta e você não terá companheiros para ouvi-lo ou para conversar.
7º - Eu sou a velhice: quando eu chegar, você estará vazio, doente e sem metas.
De repente, como num turbilhão, os 7 vultos falavam ao mesmo tempo, atropeladamente.
Pondo-se a respirar fundo, aos poucos foi se refazendo e, como num passe de mágica, ele pôde ver os rostos dos 7 vultos.
O homem, antes relaxado e tranqüilo, começou a tremer.
Eram exatamente iguais ao dele!
Ele, com decisão, disse: Parem! Vocês são ladrões de paz! São assaltantes de mentes distraídas! Vocês são EU mesmo! São meus pensamentos!
Vocês não moram no futuro! Moram na minha cabeça, mas nela sou EU quem manda!
E prosseguiu:
Aqui aprendi com as árvores que a renovação é possível depois de terem suas folhas levadas.
Aqui aprendi com as pombas que sempre haverá mais alimento do que pombas famintas.
Aqui aprendi com os camelôs que o empregador nem sempre é indispensável e que sempre haverá meios para sobreviver.
Aqui aprendi com os pássaros que, a cada ninho derrubado, novos ninhos podem ser construídos.
Aqui aprendi com as crianças que não é necessário nenhum esforço para ser feliz e querer viver.
Aqui aprendi com os sinos que, por mais sós que estejamos, sempre haverá alguém para nos ouvir.
E aqui aprendi com os velhinhos que metas sempre são viáveis de serem atingidas, ainda que seja vencer numa aposta de dados ou num jogo de dominós.
Pouco a pouco aqueles 7 vultos foram mudando suas pesadas expressões e, abrindo suaves sorrisos, puseram-se a dizer:
1º - Eu sou a Prosperidade.
2º - Eu sou a Fartura.
3º - Eu sou o Progresso.
4º - Eu sou a Segurança.
5º - Eu sou a Alegria.
6º - Eu sou o Companheirismo.
7º - Eu sou a Certeza de que a Vida é Eterna.
Sentindo que havia dominado os próprios "fantasmas", o homem saiu caminhando suave e tranqüilamente em direção ao Amanhã...

Silvia Schmidt

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Olhar de águia


Cada pessoa tem uma história... Uma longa história tecida com o fio da vida... De muitas vidas...
Nesse tecer vamos fazendo muitas coisas bonitas... Vamos aprendendo muitas coisas...
descobrindo sentimentos... Amor...
Mas com esse mesmo fio tecemos coisas não tão bonitas... Das quais mais tarde nos arrependemos...
É onde o tecido fica cheio de nós e nos sentimos muito culpados por esses pedaços da trama...
Tentamos até arrebentar o fio para que ninguém saiba desses pedaços que preferimos esconder até da gente mesmo...
Só que o fio da vida não pode ser arrebentado... Ele fica tecido...
E nem tem como esconder essas partes das quais nos arrependemos... Não tem como apagar esse pedaço da nossa história...
Mas existe uma coisa que podemos fazer...
Se olharmos para nossas vidas e para todas as vidas com os olhos da águia... Que é o único pássaro que olha diretamente para o Sol e que vê de cima, com uma visão ampla, o plano maior...
Vamos ver que no tecido das nossas vidas, existe uma luzinha que está mais forte em alguns pontos... Justo naqueles pontos onde demos os nós que tanto nos fazem sentir culpados...
É que sempre onde tem sombra, tem luz esperando para ser liberada...
Então... Ao aceitarmos a nossa humanidade com Amor e Perdão... Vamos aos poucos e com cuidado... Desfazendo aqueles nós e tirando o aprendizado contido naquelas histórias... Sempre com Amor...
E a partir daí... Com os fios que liberamos... Vamos tecer uma linda história... Um bonito tecido de luz e amor com aquele fio que ficou então disponível para um novo tecido... Só que agora ele está enriquecido com Sabedoria e Amor...
O fio da vida se tornou mais bonito pela certeza de que tivemos a coragem de viver o que era a nossa história...
O que vamos construir a partir daí... Traz então um gosto de Esperança e um cheiro de amanhecer...
Porque essa nova história é tecida por mãos que agora relembram os caminhos do Amor...

Rubia Americano Dantes

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Odor de rosas


Um limpador de fossas havia passado a vida inteira desentupindo esgotos e transportando a imundice para os campos próximos a cidade.
Com o tempo, ele se acostumou ao terrível cheiro.
Sem nenhum problema, caminhava pelos vazadouros de esgoto e nem sequer franzia o nariz, mesmo quando esvaziava as mais profundas fossas.
Um dia, resolveu visitar o bazar, lugar onde nunca havia estado antes.
E, enquanto perambulava pelas vielas, observava com curiosidade todas aquelas coisas estranhas para ele.
Finalmente chegou em uma loja onde um mercador vendia incenso de flores.
O odor de rosas de incensos acesos penetrou em suas narinas e inundou seu ser.
Mas a fragrância, que todas as pessoas consideravam tão maravilhosa, foi demasiadamente forte para o limpador de esgoto, que desmaiou.
Como não havia meios de fazer o homem voltar a si, um raquim (médico) foi chamado às pressas.
Reconhecendo a profissão do paciente pelas roupas que vestia, o raquim pegou um punhado de barro da sarjeta e segurou-o sob as narinas dele.
Subitamente, como que tocado por uma varinha de condão, o limpador de fossas abriu os olhos.
As pessoas, admiradas, pensavam ser um milagre.
Mas o raquim explicou: “O homem estranhou a fragrância do incenso de rosas, porque tem o olfato acostumado a odores de outra natureza...
Embora seja difícil de entender, assim é. Pois como pode alguém que não conhece algo, saber do que se trata?”
“Cada pessoa tem a SUA REALIDADE.
Pode ser ideal, ou não, mas é a realidade que a pessoa conhece, está acostumada a viver. E que procura manter, por comodismo ou por receio de enfrentar o desconhecido para mudá-la.
Afinal, mudanças são desconfortáveis...
Às vezes, traumatizantes...”
“Mas as mudanças são necessárias para a evolução. Portanto, lhes digo:
Não rejeitem o novo, simplesmente porque não o conhecem.
Estejam abertos a tudo... Observem... Experimentem...
Assim, quem sabe, estarão se proporcionando uma realidade muito melhor do que aquela que vivem agora.”

Baseado em conto de Apud Saadi (O Atar de Rosas do Limpador de Esgotos)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O diamante


O viajante hindu chegou aos arredores de uma aldeia e, cansado, sentou-se para dormir debaixo de uma árvore.
Mal pegou no sono, foi acordado por um habitante da aldeia que viera correndo à sua procura.
Aflito, o homem lhe falou:
-Aquela pedra! Eu quero aquela pedra.
Ontem à noite, eu vi o Deus Shiva.
No sonho, ele disse que eu viesse aos arredores da cidade...
... Onde encontraria um hindu que me daria uma pedra muito grande e preciosa, que me faria rico para sempre.
Calmamente o hindu mexeu na sua trouxa e tirou uma pedra.
-Provavelmente é desta que ele lhe falou; encontrei-a numa trilha da floresta, alguns dias atrás.
Podes levá-la!
E assim falando, ofereceu-lhe a pedra.
O homem olhou maravilhado para a pedra.
Era um diamante; talvez o maior já visto no mundo.
Ele pegou o diamante e foi-se embora.
Mas, quando veio a noite, virava de um lado para o outro em sua cama, sem conseguir dormir.
Assim que rompeu o dia, o homem retornou à estrada em busca do hindu.
Para seu alívio, ele encontrava-se ainda dormindo sob a árvore, e então o despertou dizendo:
- Eu quero que me dê essa riqueza que lhe tornou possível desfazer-se de um diamante tão grande e valioso, assim tão facilmente!

Do Livro “Histórias da Tradição Sufi”