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domingo, 15 de maio de 2011

O camelo Ligeirinho


O camelo Ligeirinho trabalhava dia e noite sem parar, porém, nunca terminava seus trabalhos.
Um dia, o búfalo decidiu ir tomar banho no rio e, como havia muito barro, ficou encalhado sem poder sair.
O camelo correu em seu auxílio, jogou para ele um galho e puxou com força por uma extremidade. Pouco a pouco o enorme corpo do búfalo foi se aproximando da margem. Mas, quando estava na metade do caminho, apareceu um lagarto para comunicar ao camelo que sua amiga zebra havia dado á luz.
O camelo, esquecendo-se que estava resgatando o búfalo, largou o galho e correu em socorro da zebra e sua cria.
A zebra, então, pediu ao camelo que cuidasse da sua pequena por um momento. Ligeirinho pegou a zebrinha e a levou para um passeio. Durante o trajeto, o camelo ia explicando para a pequena os mistérios que encerram a vida na savana. No entanto, a zebrinha não prestava atenção ao camelo e ele se aborreceu. Ligeirinho notou, então, que um grupo de macacos parecia estar muito agitado e esqueceu-se totalmente da pequena zebra. Um velho chimpanzé havia caído da árvore e estava no chão, desacordado. Era necessária uma planta medicinal para acordá-lo - a flor da árvore tibi-tibi, muito difícil de ser encontrada. O camelo ofereceu-se para procurá-la.
No caminho encontrou a hiena, que lhe contou a história do javali que havia sido picado por uma abelha. Esquecendo-se da planta medicinal, Ligeirinho correu para socorrer o javali. Antes de encontrar o javali, deu de cara com o búfalo, ainda coberto de barro, com a zebra aborrecida e com o chimpanzé, que se queixava de uma forte dar de cabeça. Os três deram uma boa surra no camelo por ele não cumprir suas promessas e pela incapacidade de concluir suas tarefas. Surraram tanto o coitado que quase lhe quebraram a coluna vertebral.
Ligeirinho demorou bastante tempo para se recuperar. Quando melhorou, deu-se conta de que havia crescido uma segunda corcunda em seu lombo. Ficou tão envergonhado que decidiu ir viver no deserto. Ali aprendeu a controlar sua sede. Para corrigir seus erros passados, procurou ajudar aqueles que se perdiam no deserto ou tentavam atravessá-lo.
Desde então, o camelo assumiu um lema para viver: "Fazer somente uma coisa de cada vez".

(J. Muza)

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