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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O cesto e a água


Em um antigo mosteiro, um discípulo perguntou ao seu mestre:
- Mestre, por que devemos ler e decorar a “Palavra Sagrada” se nós não conseguimos memorizar tudo e com o tempo acabamos esquecendo? Somos obrigados a constantemente decorar o que já esquecemos.
O mestre ficou olhando para o horizonte por alguns minutos e depois ordenou ao discípulo:
- Pegue aquele cesto de junco, desça até o riacho, encha o cesto de água e traga até aqui.
O discípulo olhou para o cesto sujo e achou muito estranha a ordem do mestre mas, mesmo assim, obedeceu.
Pegou o cesto sujo, desceu os cem degraus da escadaria do mosteiro até o riacho, encheu o cesto de água e começou a subir de volta.
Como o cesto era todo cheio de furos, a água foi escorrendo e quando chegou até o mestre já não restava nada.
O mestre perguntou-lhe:
- Meu filho, o que você aprendeu?
O discípulo olhou para o cesto vazio e disse, jocosamente:
- Aprendi que cesto de junco não segura água.
O mestre, então, ordenou-lhe que repetisse a tarefa.
Quando o discípulo chegou outra vez com o cesto vazio, o mestre perguntou-lhe: - E agora, meu filho, o que você aprendeu?
O discípulo novamente respondeu com sarcasmo:
- Que cesto furado não segura água...
O mestre, então, continuou ordenando que o discípulo repetisse a tarefa.
Depois da décima vez, ele estava desesperadamente exausto de tanto descer e subir as escadarias.
Porém, quando o mestre lhe perguntou de novo o que havia aprendido, o discípulo olhou atentamente o cesto, e percebeu admirado:
- O cesto está limpo!
Apesar de não segurar a água, a repetição constante de encher o cesto acabou por lavá-lo e deixá-lo limpo.
O mestre, por fim, concluiu:
- Não importa que você não consiga decorar todas as passagens da “Palavra Sagrada” que você lê...
O que importa, na verdade, é que através deste processo a sua mente e a sua vida ficam limpos diante de Deus.

Autor desconhecido

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O rouxinol e a rosa


Era uma vez, um Rouxinol que vivia em um jardim.
No jardim havia uma casa, cuja janela se abria todas as manhãs. Na janela, um jovem, comia pão, olhando as belezas do jardim. Sempre deixava cair farelos de pão, sobre a janela. O Rouxinol, comia os farelos, acreditando que o jovem os deixava de propósito para ele. Assim criou um grande afeto, pelo jovem que se importava em alimentá-lo, mesmo com migalhas.
O jovem um dia se apaixonou. Ao se declarar a sua amada, ela disse que só aceitaria seu amor, se como prova, ele desse a ela, na manhã seguinte, uma rosa vermelha. O jovem, percorreu todas as floriculturas da cidade, sua busca foi em vão, não encontrou nenhuma rosa vermelha para ofertar a sua amada.
Triste, desolado, o jovem foi falar com o jardineiro da casa onde vivia. O jardineiro explicou a ele, que poderia presenteá-la com Petúnias, Violetas, Cravos, menos Rosas. Elas estavam fora de época, era impossível conseguí-las, naquela estação
O Rouxinol, que escutara a conversa, ficou penalizado pela desolação do jovem, teria que fazer algo para ajudar seu amigo, a conseguir a flor. Assim, a ave procurou o Deus dos pássaros que assim falou: - Na verdade, você pode conseguir uma Rosa Vermelha para teu amigo, mas o sacrifício é grande, e pode custar-lhe a vida! - Não importa respondeu a ave. O que devo fazer? - Bem, você terá que se emaranhar em uma roseira, e ali cantar a noite toda, sem parar, o esforço é muito grande, seu peito pode não agüentar. - Assim farei, respondeu a ave, é para a felicidade de um amigo!
Quando escureceu, o Rouxinol, se emaranhou em meio a uma roseira, que ficava frente a janela do jovem. Ali, se pôs a cantar, seu canto mais alegre, precisava caprichar na formação da flor. Um grande espinho, começou a entrar no peito do Rouxinol, quanto mais ele cantava, mais o espinho entrava em seu peito. O rouxinol não parou, continuou seu canto, pela felicidade de um amigo, um canto que simbolizava gratidão, amizade. Um canto de doação, mesmo que fosse da própria vida!
Do peito da pobre ave, começou a escorrer sangue, que foi se acumulando sobre o galho da roseira, mas ela não se deteve nem se entristeceu. Pela manhã, ao abrir a janela, o jovem se deteve diante da mais linda Rosa vermelha, formada pelo sangue da ave, nem questionou o milagre, apenas colheu a Rosa. Ao olhar o corpo inerte da pobre ave, o jovem disse: - Que ave estúpida! Tendo tantas árvores para cantar, foi se enfiar justamente em meio a roseira que tem espinhos...
Reflita: Cada um dá o que tem no coração... Cada um recebe com o coração...

(Oscar Wilde)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O rio que não gostava de mudar


Movimento significa contínua transformação, mudança, aprendizado. Significa evolução. Isso nos faz lembrar da historinha sobre o sentido da vida.
Ela diz que somos todos como o rio que vai descendo, procurando o melhor caminho.
Podemos nos enganar muitas vezes mas isso fará parte do aprendizado e não da derrota. Podemos cansar de tudo e, deprimidos, querermos até desistir.
Então, parados, transformamo-nos em lagos, para assim podermos provar a nós mesmos que estamos sozinhos e que o universo ao redor, com sua mania de movimento e transformação, não nos diz respeito e tudo que se dane.
No entanto, começa a cair uma chuvinha irritante que termina nos fazendo transbordar e lá vai
o rio descendo novamente, seguindo caminho, inapelavelmente.
O rio, então, muda-se para um lugar onde não chove e ele possa continuar sua reclusão em paz, onde ele possa sofrer sozinho sem ninguém para lhe dar lições de moral.
Mas aí, acaba descobrindo que aos poucos está se transformando em vapor, subindo para o céu e virando nuvem. Ele até pensa em aproveitar e seguir como uma nuvem até o pólo sul, onde desceria como neve e ficaria como aquelas montanhas de gelo, solitárias e auto-suficientes.
Mas só de pensar no quanto teria de se transformar, desiste. Além do mais quem garante que até elas não evaporem mesmo com o sol fraco dos pólos? Achando aquilo tudo o cúmulo da aporrinhação e intromissão, rio enfim decide esconder-se numa caverna profunda, a mais profunda que houvesse, no centro do planeta, onde enfim pudesse ser um pequeno lago, eternamente tranqüilo e sem ninguém a lhe dar conselhos sobre evolução e transformação.
Foi um esforço tremendo. Teve que primeiro transformar-se em chuva e umedecer bem as rochas, depois penetrá-las e descer por dentro delas, tendo sempre que buscar reforço quando o calor ameaçava estragar tudo.
Pensou várias vezes em desistir mas aquilo era sua única saída.
Sabia que talvez levasse toda a vida provando sua tese mas valeria a pena. Por fim terminou conseguindo.
Virou um lago no fundo da caverna mais profunda. Mostrou ao mundo que podia ficar deprimido e desistir de tudo, tinha esse direito de não querer seguir em frente, de não querer se transformar.
Então, completamente exausto, sorriu satisfeito e morreu. E a morte veio saudar-lhe com todas as honras.
Afinal, um rio que dedicou sua vida inteira a se transformar no lago mais distante da mais profunda caverna, e conseguiu, é mesmo um rio bem especial. Um rio que captou como nenhum outro que a evolução é o sentido da vida.
Moral da história: tudo se transforma, cada um a seu modo, ainda que insista em não se transformar. Porque somos a própria evolução.

Ricardo Kelmer (Texto extraído do livro "Quem Apagou a Luz?")

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O menino e as flores


Eu andava apressadamente e, de repente, um estranho trombou em mim.
- Oh, me desculpe, por favor - falei para ele.
E ele disse: - Ah, desculpe-me também, eu simplesmente não a vi!
Nós fomos muito educados um com o outro, aquele estranho e eu.
Então nos despedimos e cada um foi para o seu lado.
Mais tarde, naquele dia, eu estava fazendo o jantar e meu filho parou ao meu lado...
...tão em silêncio, que eu nem percebi.
Quando me virei, tomei o maior susto e lhe dei uma bronca.
- Saia do meu caminho, filho!
E eu disse aquilo com certa braveza.
Ele foi embora, com seu pequeno coração partido.
E eu nem percebi o quanto havia sido rude com ele.
Quando fui me deitar, ouvi a voz calma e doce de Deus me dizendo:
Quando falava com um estranho, quanta cortesia você usou!
Mas com seu filho, a criança que você ama, você nem sequer se preocupou com isso!
Olhe no chão da cozinha, você verá algumas flores perto da porta. São flores que ele trouxe para você...
Ele mesmo as colheu e queria lhe fazer uma surpresa.
Você não percebeu nada, nem viu as lágrimas nos olhos dele.
Nesse momento, eu me senti muito pequena. E agora, era o meu coração que derramava lágrimas.
Então eu fui até a cama dele e ajoelhei ao seu lado.
- Acorde filhinho, acorde. Estas são as flores que você pegou para mim?
E ele disse:
- Eu as peguei porque achei tão bonitas como você! Pensei que iria gostar...
- Filho, sinto muito pela maneira como agi hoje. Eu não devia ter gritado com você daquela forma.
- Ah mamãe, não tem problema, eu te amo mesmo assim!
- Eu também te amo. E adorei as flores...
Às vezes colocamos nosso esforço em coisas muito menos importantes que nossa família, que as pessoas que nos amam, e não nos damos conta do que realmente estamos perdendo.
Perdemos o tempo de ser carinhoso, de dizer um EU TE AMO, de dizer um OBRIGADO, de dar um sorriso, ou de dizer o quanto cada pessoa é importante pra nós.
Ao invés disso, muitas vezes agimos com rudeza, e não percebemos o quanto isso machuca os nossos entes queridos.
No entanto, a família é o nosso maior bem!

Autor desconhecido

domingo, 18 de setembro de 2011

O Elefante acorrentado


Você já observou um elefante no circo?
Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais.
Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisiona uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo.
A estaca é só um pequeno pedaço de madeira. E, ainda que a corrente fosse grossa, parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir.
Que mistério!!!
Por que o elefante não foge?
Perguntei a um adestrador e ele me explicou que o elefante não escapa porque está adestrado.
Fiz então a pergunta óbvia:
“Se está adestrado, por que o prendem?”
Não houve resposta!
Há alguns anos descobri que, por sorte minha, alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta:
O elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno!!!
Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso: naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar.
E, apesar de todo o esforço, não pôde sair. A estaca era muito pesada para ele. E o elefantinho tentava, tentava e nada.
Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino: ficar amarrado na estaca, balançando o corpo de lá para cá, eternamente, esperando a hora de entrar no espetáculo.
Então, aquele elefante enorme não se solta porque acredita que não pode. Jamais, jamais voltou a colocar à prova sua força. Isso muitas vezes acontece conosco!
Vivemos acreditando em um montão de coisas
"que não podemos ter",
"que não podemos ser",
"que não vamos conseguir",
simplesmente porque, quando éramos crianças e inexperientes, algo não deu certo ou ouvimos tantos "nãos" que "a corrente da estaca" ficou gravada na nossa memória com tanta força que perdemos a criatividade e aceitamos o "sempre foi assim".
De vez em quando sentimos as correntes e confirmamos o estigma:
"não posso",
"é muita terra para o meu caminhãozinho",
"nunca poderei",
"é muito grande para mim!"
A única maneira de tentar de novo é não ter medo de enfrentar as barreiras, colocar muita coragem no coração e não ter receio de arrebentar as correntes!
Vá em frente você consegue!!!

(Damásio de Jesus)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O louco


Perguntas como me tornei louco...
Aconteceu assim:
Assim, assim, assim...
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido...
Despertei de um sono profundo...
...e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas.
As sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas.
Então corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando:
"Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
É um louco! É um louco!
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: "É um louco!".
Olhei para cima, pra vê-lo.
E o sol beijou pela primeira vez minha face nua...
E minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras.
Como num transe, gritei:
"Benditos, bendito os ladrões que roubaram minhas máscaras!"
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura:
A liberdade e a segurança de não ser compreendido...
Pois aquele desigual que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.

Khalil Gibran

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O cavalinho e a borboleta



Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante há muitos anos atrás.
Eram elas, um cavalinho e uma borboleta.
A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem.
Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza.
Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada.
A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho.
Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso.
Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso.
Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso.
Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.
Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro.
Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto.
E vieram outras manhãs e mais outras e dezenas de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta.
Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela.
Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou.
Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali.
- Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu.
- Ah, é você então o famoso cavalinho.
- Famoso, eu?
- É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?
- É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos.
- Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.
- Morreu? Como foi isso?
- Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice.
Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém.
- Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.
Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.
- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste e sucumbiu e morreu.
- E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias?
- Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:
"Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."
Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.
Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes, foi você mesmo que o colocou.

Silvana Duboc

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ela é minha amiga!


Numa distante aldeia do Vietnam, a vida seguia seu curso...
...apesar da guerra.
Mas um dia, inesperadamente, um bombardeio atingiu o vilarejo matando e ferindo principalmente crianças.
Dentre os feridos, uma menina de seus oito anos era a que se encontrava em estado mais grave.
Um médico e uma enfermeira, estrangeiros, foram chamados pelo rádio e constataram que teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria devido aos traumatismos e perda de sangue. Era urgente fazer uma transfusão.
Mas desconheciam o idioma e não tinham como explicar para a população que necessitavam de voluntários para doar sangue.
Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho levantar timidamente. Era um menino, chamado Heng.
Uma velha senhora foi chamada e traduziu a solicitação.
Depois de verificarem que seu sangue era compatível, ele foi colocado as pressas ao lado da menina agonizante e espetaram-lhe uma agulha na veia.
O menino se mantinha quietinho e com olhar fixo no teto. Passados alguns momentos, deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre.
Os soluços ocasionais deram lugar a um choro silencioso, mas ininterrupto. Era evidente que alguma coisa estava errada.
Solicitada a interceder, a velha intérprete explicou:
- Ele pensou que ia morrer... Não tinha entendido direito e estava achando que ia ter que dar todo o seu sangue para a menina não morrer.
Espantado, o médico perguntou:
- Mas porque, então, se ofereceu para doar seu sangue?
E o menino respondeu simplesmente:
"Ela é minha amiga!"

Autor desconhecido

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Maturidade afetiva


Eu queria ser...
LUAR...
Para brilhar na noite dos amores incompreendidos.
SILÊNCIO...
Para fazer calar as vozes que atordoam o coração.
AMANHECER...
Para fazer um dia a mais de felicidade.
LUZ...
Para os que vivem na escuridão.
NOITE...
Para acalentar os que lutam durante o dia.
VIDA...
Para fazer nascer os que estão morrendo.
LÁGRIMA...
Para fazer chorar os corações insensíveis.
SORRISO...
Para encantar os lábios dos amargurados.
AMOR...
Para unir as pessoas... E lhes dizer que sou apenas uma delas.
Na verdade amigo (a)...
Eu queria ser mesmo um pequeno Beija Flor...
Para entrar pela tua janela e te dar um beijo ou um abraço

Desconheço o autor

sábado, 10 de setembro de 2011

Martelando


Quando nada parece dar certo, vá ver o homem que corta pedras...
Ele martela a rocha umas 100 vezes, sem que uma única rachadura apareça.
De repente, a pedra se abre em duas.
Certamente não foi essa última martelada que conseguiu isso.
Mas sim, essa...
...e todas as que vieram antes.

Jacob Riis

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A macieira encantada


Segundo a lenda, no alto da montanha existente próximo ao reino havia uma árvore encantada que produzia maçãs de ouro.
Mas, até o momento, nenhuma pessoa havia conseguido colhe-las.
O Rei queria estas maçãs para salvar o seu povo da pobreza e das dificuldades que enfrentavam.
Então, ordenou que três de seus mais valentes cavaleiros fossem buscá-las.
O povo, esperançoso, reuniu-se na saída do povoado para saudar a partida dos cavaleiros.
Cada um deles seguiu por um dos três caminhos existentes, levando consigo apenas uma bolsa com mantimentos e algumas poucas ferramentas.
O Primeiro foi pelo caminho mais fácil e rápido, subiu a montanha e logo se deparou com a Macieira Encantada.
Sorriu feliz imaginando que seria o vencedor da missão.
O que ele não esperava é que as maçãs estivessem em galhos tão altos, inatingíveis.
Ele olhava, olhava, e não sabia o que fazer.
Daí resolveu esperar pelos outros, mas logo se cansou, desistiu e retornou ao povoado.
O Segundo foi por um caminho não tão fácil.
Enfrentou galhardamente a primeira dificuldade, porém logo em seguida apareceu outra, e mais outra...
Ele acabou ficando cansado, esgotado, doente.
Quando se deu conta de seu péssimo estado físico, desistiu e voltou para buscar cuidados médicos.
O Terceiro seguiu por um caminho que logo se mostrou ser muito difícil.
A água acabou e quando enfim chegou sedento a um poço, viu que a corda do balde arrebentara.
Imediatamente improvisou uma escada com suas ferramentas e alguns galhos, desceu pelo poço e trouxe o balde cheio d´água.
Saciada sua sede, resolveu partir levando consigo a escada e a corda remendada, e percebeu que estava começando a gostar muito dessa aventura.
Mais adiante encontrou um rio com correnteza fortíssima e construiu uma pequena jangada para atravessá-lo.
Depois, com grossos troncos, fez rodas transformando a jangada em uma pequena carroça para transportar suas coisas.
E assim, sucessivamente, a cada nova situação que surgia, ele calmamente resolvia fazendo uso do que já aprendera até então, e do material que prudentemente guardara.
Por fim chegou ao seu destino...
E ficou extasiado diante da Macieira Encantada. Ela era tão bela, alta, brilhante; seus frutos ainda mais dourados pelos raios de sol.
Ele sentiu-se invadido pelo seu encanto e uma onda de sabedoria tomou conta de seu ser, enquanto seu corpo parecia estar também dourado.
Refeito do impacto, se pôs a trabalhar: subiu com a ajuda da escada, usou um bambu para empurrar os frutos mais altos e mais distantes e, por fim, acondicionou as maçãs na carroça improvisada.
Depois, agradeceu a Deus por ter lhe dado coragem, persistência, criatividade e forças para concluir, com êxito, a sua missão.
Certo de que poderia retornar quando fosse preciso, tomou o caminho de volta levando consigo os frutos de seu trabalho e esforços, colhidos com muita competência e merecimento.
Chegando ao reino, foi saudado como herói e recebeu todas as glórias que merecidamente lhe cabiam.

Autor desconhecido

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Luz interior


Sempre que você olhar a sua volta, e perceber que o mundo está confuso, que as pessoas se perdem... Se destroem em angústias... É porque é chegada a hora.
Olhe para dentro de você e perceba que a vida não é o que você escuta lá fora, mas sim, o que você carrega na sua consciência...
Não deixe que a descrença habite seu coração, nem permita sequer, se sentir vacilar. Procure na sua luz interior o brilho para desfazer todas as sombras e dúvidas.
Permita essa luz fluir pela sua consciência como um bálsamo... Permita que você busque sua verdade interior, que você trabalhe seus valores e que você encontre a sua paz...
Lembre-se e jamais esqueça, ninguém poderá fazer isso por você, pois a cada hora somos desafiados a aprender novas lições... Com o simples propósito de expandir a nossa consciência, para a conquista da paz e do amor ao próximo.
Mostre ao mundo o melhor de você, permita que você irradie essa luz, pois o mundo nada mais é que o resultado dessa luz interior.

Floripes Angelino

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Luz em você


"Deixe que uma luz penetre em você;
Aclare o raciocínio;
Vença as sombras, as más impressões e as expectativas.
Tome-se por inteiro de crenças positivas, fé e esperança.
Só com bons pensamentos pode-se ser feliz!

Lourival Lopes

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Luar


Lua cheia
Me lembra você:
Uma luz no meio da escuridão
Não que você reflita a luz de outros
(Você tem sua própria chama:
Aquela de quem ama)
É algo raro hoje em dia:
Alguém em quem confiar
Quem respeitar
Quem amar uma ilha no meio do oceano
Uma luz em meio às trevas
Te amar é o mais perfeito plano
Sob o luar, nas doces relvas
Lua minguante
Me lembra você também
Faz-me lembrar seus momentos de tristeza
Horas de ódio contra a natureza
Você cabisbaixa, como dizia o cantor:
"A minha gente sofrida
Anda olhando de lado"
O mundo parece prestes a acabar
A vida parece quase terminar
Lua nova
Esta não me lembra você
Pois sei que por maior que a tristeza seja
Jamais terá forças para te apagar
Pode devorar um pedaço de ti
Mas sempre haverá uma centelha
Pronta para iluminar a mim
Centelha semente
semente que nasce de repente
Lua crescente
Me recorda que a semente
Sempre germina, cedo ou tarde
Mesmo sem alarde
Apenas espera que a chuva lhe molhe
Que o Sol lhe dê forças
Me lembra que a centelha
Se transforma em fogueira
Renasce como a Fênix das cinzas
Supera dificuldades mil
Lua cheia novamente
A vida anda em círculos
Um dia no alto, um dia no fundo
(Mas o amor continua profundo)
É assim que as coisas são no mundo
A lua a me iluminar
Tua face a contemplar
Teu corpo a acariciar
Você inteira a amar...
Companheiro dos poetas
Amigo dos apaixonados
Doce lua...
Me lembra você, como já disse o poeta:
"Eu vivo sonhando em ser astronauta
Eu olho pra lua, eu sinto a tua falta"
Ver o luar, tocá-lo ao meu lado
Sonhar com o luar, amá-lo ao meu lado
Simplesmente te amar...
Pra se dizer o que se quer dizer
Não é preciso rimas nem refrões
É preciso certeza no que fazer
E confiar nas próprias emoções

André Luis Dantas

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Lição do fogo


Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo.
Era uma noite muito fria.
Um homem, que regularmente prestava serviços em um determinado grupo, sem nenhum aviso deixou de participar de suas atividades.
O líder encontrou o homem em casa, sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.
Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando.
No silêncio sério que se formara, apenas contemplavam a dança das chamas em torno das achas de lenha, que ardiam.
Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado.
Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel.
O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado e quieto.
Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez.
Em pouco tempo, o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada.
Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos.
O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo.
Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.
Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
- Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão.
Estou voltando ao convívio do grupo. Deus te abençoe!
Reflexão:
Aos membros de um grupo vale lembrar que eles fazem parte da chama e que longe do grupo eles perdem todo o brilho.
Aos lideres vale lembrar que eles são responsáveis por manter acesa a chama de cada um e por promover a união entre todos os membros, para que o fogo seja realmente forte, eficaz e duradouro.

Autor desconhecido

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Lenda nativa


O velho índio sabia que era muito importante preservar a cultura e as tradições de sua tribo.
Assim, enquanto a aldeia seguia calma em seus afazeres diários, o velho índio reunia os mais jovens para contar-lhes as lendas de seu povo.
Estas lendas, que na verdade encerravam profundas lições de vida, eram assim passadas de geração à geração, ha centenas de anos.
E, neste dia em especial, o velho escolheu contar a lenda do grande guerreiro...
Tratava-se, sem dúvida, do mais valente guerreiro da tribo.
Entretanto, apesar de sua valentia, o guerreiro atravessava uma fase bastante difícil.
Atormentado por problemas pessoais, ele sofria muito e faziam várias luas que andava sem ânimo para nada.
Certo dia, vagava pelas campinas questionando a razão de viver...
Certo dia, vagava pelas campinas questionando a razão de viver...
...quando decidiu buscar o Grande Espírito-Deus no alto de uma montanha.
Olhando para o céu, o guerreiro murmurou:
Deus, fale comigo...
E uma águia surgiu das nuvens.
Mas ele não viu...
Então ele repetiu:
Deus, fale comigo!
E um trovão ecoou nos céus.
Mas o guerreiro foi incapaz de ouvir...
Olhando em volta, então disse:
Deus, deixe-me vê-lo!
E uma nova estrela brilhou no céu.
Mas ele não a notou...
Desesperado, o guerreiro começou a gritar:
Deus, mostre-me um milagre!!!
E uma criança nasceu.
Mas ele não sentiu o pulsar da vida...
Então o guerreiro começou a chorar e clamou:
Deus, toque-me e deixe-me sentir que você está aqui comigo...
E uma borboleta pousou suavemente em seu ombro.
Ele espantou a borboleta com a mão...
E, desiludido, continuou o seu caminho... Triste, sozinho e com medo...
O velho índio olhou para os jovens e concluiu a narração da lenda, explicando:
Deus está contigo nos bons e nos maus momentos da vida. A todo momento Deus fala com você.
Ele está em tudo e em todos e se expressa através do milagre da vida.
Mas é preciso abrir os olhos e o coração para perceber sua presença e entender que nunca se está sozinho.
Busque Nele o amparo e o conforto de que necessita, e Ele o abençoará.

Baseado em texto extraído de Prece Indígena (livro traduzido e adaptado por San Etioy)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Lenda Judaica


Deus convidou um Rabino para conhecer o céu e o inferno.
Ao abrirem a porta do inferno viram uma sala onde havia um caldeirão no qual se cozinhava uma suculenta sopa.
Em volta dele estavam pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo tão comprido que permitia alcançar o caldeirão mas não a sua própria boca. O sofrimento era imenso.
Em seguida, Deus levou o Rabino para conhecer o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira, onde havia o mesmo caldeirão, pessoas e colheres de cabo comprido.
A diferença é que todos estavam saciados.
- Eu não compreendo - disse o Rabino. Por que aqui as pessoas estão felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?
Deus sorriu e respondeu:
- É porque aqui elas aprenderam a dar comida umas às outras.

Autor desconhecido