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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Pescador mexicano


Numa aldeia de pescadores da costa do México, um pequeno barco retorna do mar.
Um turista americano se aproxima e cumprimenta o pescador mexicano pela qualidade do pescado.
Curioso, o turista pergunta: “Quanto tempo levou para pegar esta quantidade de peixes?”.
“Não muito tempo”, responde o mexicano.
“Bom, então por que você não ficou mais tempo no mar e pegou mais peixes?”
O mexicano explica que aquela quantidade bastava para atender às necessidades de sua família.
“Mas o que você faz com o resto do seu tempo?”, indaga o americano.
“Eu durmo até tarde, pesco um pouco, brinco com meus filhos, descanso com minha esposa”.
“Eu tenho uma vida boa...”
“À noite eu vou até a vila para ver meus amigos, tomar umas bebidas, tocar violão, cantar umas músicas...”.
O americano interrompe: “Pois eu posso lhe ajudar a ter uma vida realmente boa. Faça o seguinte: comece a passar mais tempo pescando todos os dias. Aí você pode vender todo o peixe extra que conseguir pescar. Com o dinheiro extra, você compra um barco maior. Com a receita extra que o barco maior vai trazer, você pode comprar um segundo e um terceiro barco, e assim por diante até possuir uma frota de pesqueiros.
“Ao invés de vender seu peixe para um atravessador, negocie diretamente com as fábricas de beneficiamento ou quem sabe pode até abrir sua própria indústria de beneficiamento.”
“Aí você pode deixar esta vila e ir morar na Cidade do México, Los Angeles ou até mesmo em Nova Iorque!!”
“De lá você toca seu imenso empreendimento!”
Quanto tempo isso iria levar? pergunta o mexicano.
“Uns vinte, quem sabe vinte e cinco anos”, responde o americano.
“E depois?”
“E depois? Aí é que começa a ficar bom”, responde o americano, rindo; “quando seu negócio começar a crescer de verdade, você abre o capital e faz milhões!!!”
“Milhões? Sério? E depois disso?”
“Depois disso você se aposenta e vai morar numa vilazinha da costa mexicana,
dorme até tarde, pega uns peixinhos, descansa ao lado da esposa, brinca com seus filhos e passa as noites se divertindo com os amigos...”
Em geral, as pessoas vivem para TER em lugar de SER. Gastam seu tempo e esforço para obter bens materiais, pensando em aproveitar a vida num futuro remoto que nem ao menos sabem se existirá.
Esquecem que a vida está no momento presente e que a felicidade pode ser encontrada nas coisas mais simples da vida.
Viva e seja feliz agora!!!

Autor desconhecido

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pedrinhas


Um homem caminhava pela praia numa noite de lua cheia e pensava:
"Se tivesse um carro novo, seria feliz"
"Se tivesse uma casa grande, seria feliz"
"Se tivesse um excelente trabalho, seria feliz“
"Se tivesse uma parceira perfeita, seria feliz"
Nesse momento, tropeçou em uma pequena sacola cheia de pedras e começou jogá-las uma a uma no mar.
E a cada vez dizia: "Seria feliz se tivesse..."
Assim fez até que restou apenas uma pedrinha, que decidiu guardar.
Ao chegar em casa percebeu que aquela pedrinha tratava-se de um diamante muito valioso.
Quantos diamantes teria jogado ao mar sem parar para pensar?
Muitas vezes nós também jogamos fora nossos preciosos tesouros, esperando o que acreditamos ser perfeito ou sonhando e desejando o que não temos.
Cada pedrinha deve ser observada, pois pode ser um diamante valioso.
Cada um de nossos dias pode ser considerado um diamante precioso e insubstituível.
Depende de cada um aproveitá-lo ou lançá-lo ao mar do esquecimento para nunca mais recuperá-lo.
E você, o que anda fazendo com suas pedrinhas, que podem ser...
Amores, trabalho, amigos, e até mesmos seus sonhos?

Autor desconhecido

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A pedra


O distraído nela tropeçou.
O bruto a usou como projétil.
O empreendedor, construiu.
O camponês, cansado da lida, dela fez assento.
Para os meninos, foi brinquedo.
Drummond a poetizou.
E o artista concebeu a mais bela escultura...
Em todos esses casos, a diferença não estava na pedra...
...Mas no homem.

Autor desconhecido

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Pedido de criança


Quiido Papai do Céu:
Pu favoi, põe bastante zuízo nas zentes gandes.
Ensina eles a respeitá os bicinhos, as forzinhas, as matas, os rios, as paias, o mar e todo o ar do céu, pa zente num picisá inalação nem inzeção qui cura dodói e faz oto dodói.
Ensina eles a num bigá, num fazê tanta cara feia, num zogá tanta bomba, num dessá tanta zente sem casinha, sem papai, sem mamãe, sem papinha.
Ensina eles, Papai do Céu, a ficar bem quetinhos no seu colinho, qui cura tudo lá dento du coração, aí eles vão fica bem milor, bem mais bunitinhos!
I a zente vai podê tê futuio nessa Terra linda qui cê deu pa nóis!
Tem pacênça, Papai do Céu, eles apende!
Muito bigado, Amém, um bezo de todas as crianças.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pausa


“Na pausa não há música, mas a pausa ajuda a fazer a música”.
Na melodia da nossa vida a música é interrompida aqui e ali por "pausas’...
E nós, sem refletirmos, pensamos que a melodia terminou.
Deus nos envia, às vezes, um tempo de parada forçada.
Pode ser uma provação, planos fracassados, ou esforços frustrados.
E faz uma pausa repentina no coral de nossa vida.
Nós lamentamos que a nossa voz tenha de calar-se, e tenha de faltar a nossa parte na música que sobe até aos ouvidos do criador.
Mas como é que o maestro lê a pausa?
Ele continua a marcar o compasso com a mesma precisão e toma a nota seguinte com firmeza, como se não tivesse havido interrupção alguma.
Deus segue um plano ao escrever a música de nossa vida.
A nossa parte deve ser aprender a melodia e não desmaiar nas "pausas".
Elas não estão ali para serem passadas por alto ou serem omitidas, nem para atrapalhar a melodia ou alterar o tom.
Se olharmos para cima, Deus mesmo marcará o compasso para nós.
Não nos esqueçamos, contudo, de que “ela ajuda a fazer a música”.
Com os olhos Nele, vamos ferir a próxima nota com toda a clareza sem murmurarmos tristemente: “Na pausa não há música”.
Compor a música da nossa vida é geralmente um processo lento e trabalhoso.
Com paciência, Deus trabalha para nos ensinar!
E quanto tempo Ele espera até que aprendamos a lição!
Lembre-se, a pausa não dura muito.
Ela apenas serve para continuar a música!

Autor desconhecido

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Parte mais importante


Quando eu era muito jovem, minha mãe me perguntou qual era a parte mais importante do corpo.
Eu achava que o som era muito importante para nós, seres humanos, então eu disse: - Minhas orelhas, mãe.
- Não, disse ela. Muitas pessoas são surdas...
Mas continue pensando sobre este assunto. Em outra oportunidade eu volto a lhe perguntar.
Algum tempo se passou até que minha mãe perguntou outra vez.
Eu havia pensado bastante e imaginava ter encontrado a resposta correta.
Assim, desta vez eu lhe disse:
- Mãe, a visão é muito importante para todos, então devem ser nossos olhos.
Ela me olhou e disse:
- Você está aprendendo rápido, mas a resposta ainda não está correta, porque há muitas pessoas que são cegas...
Eu havia errado outra vez!
Continuei minha busca por conhecimento ao longo do tempo. Minha mãe voltou ao assunto várias vezes, mas a cada resposta minha, ela retrucava:
- Não... Mas você está ficando mais esperta a cada ano.
Então, um dia, meu avô morreu. Todos estavam tristes. Todos choravam. Até mesmo meu pai, que eu nunca havia visto chorar. Minha mãe olhou para mim quando fui dar o meu adeus ao vovô, e me perguntou:
- Você já sabe qual a parte do corpo mais importante?
Fiquei um tanto chocada por ela me fazer à pergunta justamente naquele momento. Sempre achei que era apenas um jogo entre nos duas.
- Hoje é o dia em que você necessita aprender esta importante lição, disse ela.
Ela me olhou de um jeito que só uma mãe pode fazer e falou:
- Minha querida, a parte do corpo mais importante são seus ombros.
Intrigada, perguntei:
- Porque eles sustentam minha cabeça?
- Não, respondeu ela, é porque podem apoiar a cabeça de um amigo ou de alguém amado quando eles choram.
- Todos precisam de um ombro para chorar em algum momento de sua vida.
Naquela ocasião eu descobri qual a parte do corpo mais importante. Descobri, também, a importância de ser "simpático" à dor dos outros.
Porque, naquela hora, quem precisou de um ombro fui eu.
Eu espero que você tenha bastante amor e amigos, e que seus ombros estejam sempre à disposição quando alguém precisar – disse minha mãe.
Sempre que recordo este fato, lembro da seguinte citação:
"As pessoas esquecerão do que você disse... esquecerão do que você fez... mas as pessoas nunca esquecerão do que você as fez sentir.
Os bons amigos são como estrelas... você nem sempre as vê, mas sabe que sempre estão lá".

Autor desconhecido

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Parábola dos lápis


O Fabricante de lápis olhou para cada um de seus lápis e disse:
- Existem cinco coisas que você precisa saber antes de ser enviado ao mundo.
Lembre-se sempre delas e você se tornará o melhor lápis que pode haver.
Primeira:
Você poderá fazer coisas muito importantes, mas só se permitir-se estar seguro na mão de Alguém.
Segunda:
Você experimentará um doloroso processo de ser afiado de vez em quando mas isto é necessário se quiser se tornar um lápis melhor.
Terceira:
Você sempre terá a possibilidade de corrigir qualquer mal entendido que puder ocasionar.
Quarta:
Sua parte mais importante estará sempre no interior.
Quinta:
Seja qual for a condição, você deverá continuar a escrever. Deverá deixar uma marca sempre clara e legível, não importa quão difícil seja a situação.
Os lápis prometeram lembrar as recomendações, e entraram na caixa compreendendo perfeitamente o propósito do seu Fabricante.

Autor desconhecido

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Pais e Filhos: Companheiros de Viagem


Às vezes, imagino a vida como uma viagem de trem, feita com companheiros que a compartilham em determinados trechos.
Quando nasci, entrei no trem em que estavam meus pais; eles já conheciam algumas coisas sobre a viagem e sobre o trem.
Certamente parte de seus conhecimentos correspondia à verdade e outra parte não passava de ilusões.
No meio da minha viagem nasceram meus filhos.
A esta altura, eu também já conhecia algumas coisas a respeito da viagem e do trem; igualmente, parte era verdadeira e parte não.
Há pouco tempo meu pai deixou o trem e, com sua partida, a dor mudou a maneira de fazermos a viagem. Mas o trem continuou...
Quando juntos, cada um dos companheiros de viagem faz suas descobertas...
...e procura passá-las para os outros, sabendo que a riqueza da luz se amplia quando é compartilhada.
Pais e filhos, somente companheiros.
Nem guias, nem professores, muito menos proprietários...
Pais e filhos, o maior e mais belo encontro da vida, cúmplices no aprender a desvendar os mistérios de cada um; amigos nas transformações, pois este é um dos grandes segredos da vida: quase tudo é provisório!
O que hoje nos sacia, amanhã pode não mais fazê-lo.
De definitivo, somente os filhos e, por conseqüência, os pais: definitivo e eterno amor.
No meio das ondas do ato de se viver e dos percursos das nuvens em se buscar.
Definitivos e eternos, simplesmente...
Companheiros de Viagem!

(trecho do livro Pais e Filhos: Companheiros de Viagem, de Roberto Shinyashiki)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

“Pai nosso” com o nosso Pai


"Pai nosso que estais no céu..."
Sim? Estou aqui...
Por favor, não me interrompa, estou orando!
Mas você me chamou!
Chamei? Eu não chamei ninguém. Estou orando. "Pai nosso que estais no céu..."
Aí! Você fez de novo.
Fiz o que?
Me chamou! Você disse: "Pai nosso que estais no céu." Estou aqui. Como é que posso ajuda-lo?
"Pai nosso que estais no céu..."
Sim? Estou aqui...
Por favor, não me interrompa, estou orando!
Mas você me chamou!
Chamei? Eu não chamei ninguém. Estou orando. "Pai nosso que estais no céu..."
Aí! Você fez de novo.
Fiz o que?
Me chamou! Você disse: "Pai nosso que estais no céu." Estou aqui. Como é que posso ajuda-lo?
Mas prossiga sua oração.
"Santificado seja o Vosso nome..."
Espera aí! O que você quer dizer com isso?
Faz parte da oração, só isso!
Santificado significa digno de respeito, Santo, Sagrado.
Nunca havia pensado no sentido dessa palavra ... santificado. "Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu..."
Está falando serio? Claro! Por que não?
E o que você faz para que isso aconteça?
O que faço? Nada! É que faz parte da oração, além disso seria bom que o Senhor tivesse controle de tudo o que acontecesse no céu e na terra também.
Tenho controle sobre você?
Bem, eu freqüento a igreja!
Não foi isso que eu perguntei! Que tal o jeito que você trata os seus irmãos, a maneira com que você gasta o seu dinheiro, o muito tempo que você dá à diversão e o pouco tempo que você dedica a mim?
Por favor. Pare de criticar!
Pensei que você estava pedindo para que fosse feita a minha vontade. Se isso for acontecer tem que ser com aqueles que oram, mas que aceitam a minha vontade, o frio, o sol, a chuva, a natureza, a comunidade.
Está certo, tem razão. Acho que nunca aceito a sua vontade, pois reclamo de tudo: se manda chuva, peço sol, se manda o sol reclamo do calor, se manda frio, continuo reclamando, se estou doente, peço saúde, mas não cuido dela...
Ótimo reconhecer tudo isso. Vamos trabalhar juntos, eu e você, mas olha, vamos ter vitórias e derrotas. Eu estou gostando dessa nova atitude sua.
Olha Senhor, preciso terminar agora. Esta oração esta demorando muito mais do que costuma ser. Vou continuar: "o pão nosso de cada dia nos dai hoje..."
Pare ai! Você esta me pedindo pão material? Não só de pão vive o homem, mas também da minha palavra. Quando me pedir o pão, lembre-se daqueles que nem conhecem pão. Pode pedir-me o que quiser, desde que me veja como um Pai amoroso! Eu estou interessado na próxima parte de sua oração. Continue!
"Perdoai as nossas ofensas, assim como nos perdoamos a quem nos tem ofendido..."
E o seu irmão desprezado?
Olhe Senhor, ele já me criticou várias vezes e não era verdade o que dizia. Não consigo perdoá-lo. Mas, e a sua oração? O que quer dizer sua oração? Você me chamou, e eu estou aqui, quero que saia daqui transfigurado, estou gostando de você ser honesto. Mas não é bom carregar o peso da ira dentro de você, não acha?
Acho que iria me sentir melhor se lhe desse o troco!
Não! Iria se sentir pior. A vingança não é tão doce quanto parece. Pense na tristeza que me causaria, pense na sua tristeza agora. Eu posso mudar tudo para você. Basta você querer.
Pode? Mas como?
Perdoe seu irmão, e eu o perdoarei e aliviarei.
Mas Senhor, eu não posso perdoá-lo.
Então não me peça perdão também!
Mais uma vez está certo! Mais do que vingar-me, quero a paz com o Senhor. Está bem, está bem; eu perdôo a todos, mas ajude-me Senhor. Mostre-me o caminho certo para mim e meus inimigos.
Isto que você pede é maravilhoso, estou muito feliz com você. E você, como esta se sentindo?
Bem, muito bem mesmo! Para falar a verdade, nunca havia me sentido assim! É tão bom falar com Deus.
Ainda não terminamos a oração. Prossiga...
"E não deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal..."
Ótimo, vou fazer justamente isso, mas não se ponha em situações onde possa ser tentado.
O que quer dizer com isso?
Deixe de andar na companhia de pessoas que o levam a participar de coisas sujas, intrigas, fofocas. Abandone a maldade, o ódio. Isso tudo vai leva-lo para o caminho errado. Não me use como saída de emergência!
Não estou entendendo!
Claro que entende! Você já fez isso comigo várias vezes. Erra, depois corre a me pedir socorro.
Estou com muita vergonha, perdoe-me Senhor!
Claro que perdôo! Sempre perdôo a quem esta disposto a perdoar também. Mas não esqueça, quando me chamar, lembre-se de nossa conversa. Medite sobre cada palavra que falar! Termine sua oração.
Terminar? Ah, sim, "Amém!"
O que quer dizer "Amém?
Não sei. É o final da oração.
Você só deve dizer "Amém" quando aceita dizer tudo o que eu quero, quando concorda com minha vontade, quando segue os meus mandamentos, porque "amém" quer dizer "assim seja", "concordo com tudo que orei".
Senhor, obrigado por fazer-me entender, de verdade, esta oração.
Eu amo cada um dos meus filhos, amo mais ainda aqueles que querem sair do erro, aqueles que querem ser livres do pecado. Abençôo-te e fica com minha paz!
Obrigado Senhor! Estou muito feliz.

Autor desconhecido

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O verdadeiro coelhinho


Era uma vez....
Um pai e uma mãe Coelhos de Páscoa, que tinham sete filhotes.
Estava chegando a Páscoa e o pai e a mãe queriam saber qual de seus filhos era o Coelho da Páscoa de verdade...
Qual deles ia seguir a tradição.
Então a mãe preparou os ovos de Páscoa e cada coelhinho escolheu um.
A missão era levar o ovo para uma criança sem nada acontecer no caminho.
O mais velho escolheu o ovo dourado.
Correu por campos, campinas e pelo bosque, até chegar na casa onde deveria esconder o ovo. Mas o portão era alto e ele corria com tanta velocidade e deu um pulo tão grande, que caiu de mau jeito do outro lado, e o ovo quebrou...
Esse não era o Coelho da Páscoa de verdade!
O segundo escolheu o ovo prateado.
Quando passava pelo campo encontrou a raposa, que desejava muito aquele ovo e pediu que lhe desse de presente. Isso o coelho não queria...
A raposa então prometeu dar-lhe em troca uma moeda de ouro. Mas para isso, tinham que ir até a sua toca. Chegando lá, a raposa escondeu o ovo e voltou arreganhando os dentes, como se fosse comer o coelho.
Ele fugiu correndo o mais que pôde... E o ovo ficou na toca da raposa.
Esse não era o Coelho da Páscoa de verdade!
O terceiro coelho escolheu o ovo vermelho.
Já estava no meio do caminho quando encontrou um amiguinho e daí pensou: - Ainda tenho bastante tempo, vou brincar um pouco... Os dois coelhos brincaram e rolaram pela grama e nem repararam no ovo, que ficou todo amassado.
Esse não era o Coelho da Páscoa de verdade!
O quarto escolheu o ovo verde.
Quando chegou ao bosque, uma gralha ladrona começou a gritar do alto da árvore: - A raposa vem vindo! A raposa vem vindo!
O coelho olhou amedrontado para os lados e não sabia como esconder o ovo. - Eu escondo para você - disse a gralha.
Mas, como a raposa não apareceu, ele quis de volta o seu ovo. A gralha então disse: - Ele está muito bem instalado aqui no meu ninho. E não devolveu o ovo...
Esse não era o Coelho da Páscoa de verdade!
O quinto coelhinho escolheu o ovo cinza.
Estava andando por seu caminho e chegou a uma ponte, olhou para baixo e viu sua imagem refletida na água. Ficou tão fascinado, que se esqueceu do ovo, e este acabou se espatifando sobre uma pedra.
Esse não era o Coelho da Páscoa de verdade!
O sexto escolheu o ovo de chocolate, se despediu do irmãozinho e seguiu seu caminho.
No meio do caminho encontrou um esquilo que queria muito dar uma lambida no ovo de chocolate. Como era só uma lambidinha, ele deixou... O esquilo disse que estava tão gostoso, tão gostoso, que o coelho não resistiu e também deu uma lambidinha. E, assim, de lambidinha em lambidinha, eles acabaram comendo o ovo todinho...
Esse não era o Coelho da Páscoa de verdade!
O sétimo coelhinho, o menor de todos, escolheu o ovo azul. Ele passou pelo campo e pelo bosque. Na floresta, a gralha gritou: - A raposa vem chegando! Mas o coelho não deu ouvidos.
Encontrou a raposa, mas não deu atenção a ela. Também encontrou o coelho brincalhão, mas continuou andando.
No lago, ele não olhou para os lados nem para baixo enquanto atravessava a ponte. Quando encontrou o esquilo, que queria muito experimentar o ovo, não permitiu. Assim, finalmente, o coelhinho chegou à casa onde as crianças moravam. Seu pulo sobre o portão não foi curto nem longo demais. Ele chegou direitinho ao outro lado sem quebrar o ovo.
Esse era o Coelho da Páscoa de verdade!
Tinha cumprido sua missão...
Lá, escolheu um lugar debaixo das árvores, fez um ninho com as folhas secas e escondeu o ovo.

Conto popular russo, adaptado por Edilamar Galvão

sábado, 8 de outubro de 2011

Os 7 vultos


Estava um homem sentado num banco de praça onde sempre costumava ficar por algum tempo.
Ele relaxava olhando as árvores ao sol e ao vento, as pombas em busca de alimentos, os camelôs vendendo quinquilharias, os pássaros fazendo ninhos, as crianças brincando, os sinos da igreja badalando, velhinhos rolando dados ou jogando dominós.
Subitamente viu-se rodeado por 7 vultos de rosto encoberto, e um deles lhe disse:
- Nós somos moradores do futuro.
- O que vieram me falar? - perguntou ele, sentindo-se incomodado.
Assim, um a um começou a dizer:
1º - Eu sou uma tormenta: um dia poderei levar tudo que você possui.
2º - Eu sou a fome: um dia poderei chegar e você conhecerá uma das maiores dores que assolam o mundo.
3º - Eu sou o desemprego: um dia poderei visitá-lo e você não saberá como sobreviver.
4º - Eu sou um incêndio: um dia poderei deixá-lo sem teto e sem abrigo.
5º - Eu sou a melancolia: um dia poderei atingi-lo e você perderá a vontade de viver.
6º - Eu sou a solidão: um dia poderei bater à sua porta e você não terá companheiros para ouvi-lo ou para conversar.
7º - Eu sou a velhice: quando eu chegar, você estará vazio, doente e sem metas.
De repente, como num turbilhão, os 7 vultos falavam ao mesmo tempo, atropeladamente.
Pondo-se a respirar fundo, aos poucos foi se refazendo e, como num passe de mágica, ele pôde ver os rostos dos 7 vultos.
O homem, antes relaxado e tranqüilo, começou a tremer.
Eram exatamente iguais ao dele!
Ele, com decisão, disse: Parem! Vocês são ladrões de paz! São assaltantes de mentes distraídas! Vocês são EU mesmo! São meus pensamentos!
Vocês não moram no futuro! Moram na minha cabeça, mas nela sou EU quem manda!
E prosseguiu:
Aqui aprendi com as árvores que a renovação é possível depois de terem suas folhas levadas.
Aqui aprendi com as pombas que sempre haverá mais alimento do que pombas famintas.
Aqui aprendi com os camelôs que o empregador nem sempre é indispensável e que sempre haverá meios para sobreviver.
Aqui aprendi com os pássaros que, a cada ninho derrubado, novos ninhos podem ser construídos.
Aqui aprendi com as crianças que não é necessário nenhum esforço para ser feliz e querer viver.
Aqui aprendi com os sinos que, por mais sós que estejamos, sempre haverá alguém para nos ouvir.
E aqui aprendi com os velhinhos que metas sempre são viáveis de serem atingidas, ainda que seja vencer numa aposta de dados ou num jogo de dominós.
Pouco a pouco aqueles 7 vultos foram mudando suas pesadas expressões e, abrindo suaves sorrisos, puseram-se a dizer:
1º - Eu sou a Prosperidade.
2º - Eu sou a Fartura.
3º - Eu sou o Progresso.
4º - Eu sou a Segurança.
5º - Eu sou a Alegria.
6º - Eu sou o Companheirismo.
7º - Eu sou a Certeza de que a Vida é Eterna.
Sentindo que havia dominado os próprios "fantasmas", o homem saiu caminhando suave e tranqüilamente em direção ao Amanhã...

Silvia Schmidt

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Olhar de águia


Cada pessoa tem uma história... Uma longa história tecida com o fio da vida... De muitas vidas...
Nesse tecer vamos fazendo muitas coisas bonitas... Vamos aprendendo muitas coisas...
descobrindo sentimentos... Amor...
Mas com esse mesmo fio tecemos coisas não tão bonitas... Das quais mais tarde nos arrependemos...
É onde o tecido fica cheio de nós e nos sentimos muito culpados por esses pedaços da trama...
Tentamos até arrebentar o fio para que ninguém saiba desses pedaços que preferimos esconder até da gente mesmo...
Só que o fio da vida não pode ser arrebentado... Ele fica tecido...
E nem tem como esconder essas partes das quais nos arrependemos... Não tem como apagar esse pedaço da nossa história...
Mas existe uma coisa que podemos fazer...
Se olharmos para nossas vidas e para todas as vidas com os olhos da águia... Que é o único pássaro que olha diretamente para o Sol e que vê de cima, com uma visão ampla, o plano maior...
Vamos ver que no tecido das nossas vidas, existe uma luzinha que está mais forte em alguns pontos... Justo naqueles pontos onde demos os nós que tanto nos fazem sentir culpados...
É que sempre onde tem sombra, tem luz esperando para ser liberada...
Então... Ao aceitarmos a nossa humanidade com Amor e Perdão... Vamos aos poucos e com cuidado... Desfazendo aqueles nós e tirando o aprendizado contido naquelas histórias... Sempre com Amor...
E a partir daí... Com os fios que liberamos... Vamos tecer uma linda história... Um bonito tecido de luz e amor com aquele fio que ficou então disponível para um novo tecido... Só que agora ele está enriquecido com Sabedoria e Amor...
O fio da vida se tornou mais bonito pela certeza de que tivemos a coragem de viver o que era a nossa história...
O que vamos construir a partir daí... Traz então um gosto de Esperança e um cheiro de amanhecer...
Porque essa nova história é tecida por mãos que agora relembram os caminhos do Amor...

Rubia Americano Dantes

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Odor de rosas


Um limpador de fossas havia passado a vida inteira desentupindo esgotos e transportando a imundice para os campos próximos a cidade.
Com o tempo, ele se acostumou ao terrível cheiro.
Sem nenhum problema, caminhava pelos vazadouros de esgoto e nem sequer franzia o nariz, mesmo quando esvaziava as mais profundas fossas.
Um dia, resolveu visitar o bazar, lugar onde nunca havia estado antes.
E, enquanto perambulava pelas vielas, observava com curiosidade todas aquelas coisas estranhas para ele.
Finalmente chegou em uma loja onde um mercador vendia incenso de flores.
O odor de rosas de incensos acesos penetrou em suas narinas e inundou seu ser.
Mas a fragrância, que todas as pessoas consideravam tão maravilhosa, foi demasiadamente forte para o limpador de esgoto, que desmaiou.
Como não havia meios de fazer o homem voltar a si, um raquim (médico) foi chamado às pressas.
Reconhecendo a profissão do paciente pelas roupas que vestia, o raquim pegou um punhado de barro da sarjeta e segurou-o sob as narinas dele.
Subitamente, como que tocado por uma varinha de condão, o limpador de fossas abriu os olhos.
As pessoas, admiradas, pensavam ser um milagre.
Mas o raquim explicou: “O homem estranhou a fragrância do incenso de rosas, porque tem o olfato acostumado a odores de outra natureza...
Embora seja difícil de entender, assim é. Pois como pode alguém que não conhece algo, saber do que se trata?”
“Cada pessoa tem a SUA REALIDADE.
Pode ser ideal, ou não, mas é a realidade que a pessoa conhece, está acostumada a viver. E que procura manter, por comodismo ou por receio de enfrentar o desconhecido para mudá-la.
Afinal, mudanças são desconfortáveis...
Às vezes, traumatizantes...”
“Mas as mudanças são necessárias para a evolução. Portanto, lhes digo:
Não rejeitem o novo, simplesmente porque não o conhecem.
Estejam abertos a tudo... Observem... Experimentem...
Assim, quem sabe, estarão se proporcionando uma realidade muito melhor do que aquela que vivem agora.”

Baseado em conto de Apud Saadi (O Atar de Rosas do Limpador de Esgotos)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O diamante


O viajante hindu chegou aos arredores de uma aldeia e, cansado, sentou-se para dormir debaixo de uma árvore.
Mal pegou no sono, foi acordado por um habitante da aldeia que viera correndo à sua procura.
Aflito, o homem lhe falou:
-Aquela pedra! Eu quero aquela pedra.
Ontem à noite, eu vi o Deus Shiva.
No sonho, ele disse que eu viesse aos arredores da cidade...
... Onde encontraria um hindu que me daria uma pedra muito grande e preciosa, que me faria rico para sempre.
Calmamente o hindu mexeu na sua trouxa e tirou uma pedra.
-Provavelmente é desta que ele lhe falou; encontrei-a numa trilha da floresta, alguns dias atrás.
Podes levá-la!
E assim falando, ofereceu-lhe a pedra.
O homem olhou maravilhado para a pedra.
Era um diamante; talvez o maior já visto no mundo.
Ele pegou o diamante e foi-se embora.
Mas, quando veio a noite, virava de um lado para o outro em sua cama, sem conseguir dormir.
Assim que rompeu o dia, o homem retornou à estrada em busca do hindu.
Para seu alívio, ele encontrava-se ainda dormindo sob a árvore, e então o despertou dizendo:
- Eu quero que me dê essa riqueza que lhe tornou possível desfazer-se de um diamante tão grande e valioso, assim tão facilmente!

Do Livro “Histórias da Tradição Sufi”

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O cesto e a água


Em um antigo mosteiro, um discípulo perguntou ao seu mestre:
- Mestre, por que devemos ler e decorar a “Palavra Sagrada” se nós não conseguimos memorizar tudo e com o tempo acabamos esquecendo? Somos obrigados a constantemente decorar o que já esquecemos.
O mestre ficou olhando para o horizonte por alguns minutos e depois ordenou ao discípulo:
- Pegue aquele cesto de junco, desça até o riacho, encha o cesto de água e traga até aqui.
O discípulo olhou para o cesto sujo e achou muito estranha a ordem do mestre mas, mesmo assim, obedeceu.
Pegou o cesto sujo, desceu os cem degraus da escadaria do mosteiro até o riacho, encheu o cesto de água e começou a subir de volta.
Como o cesto era todo cheio de furos, a água foi escorrendo e quando chegou até o mestre já não restava nada.
O mestre perguntou-lhe:
- Meu filho, o que você aprendeu?
O discípulo olhou para o cesto vazio e disse, jocosamente:
- Aprendi que cesto de junco não segura água.
O mestre, então, ordenou-lhe que repetisse a tarefa.
Quando o discípulo chegou outra vez com o cesto vazio, o mestre perguntou-lhe: - E agora, meu filho, o que você aprendeu?
O discípulo novamente respondeu com sarcasmo:
- Que cesto furado não segura água...
O mestre, então, continuou ordenando que o discípulo repetisse a tarefa.
Depois da décima vez, ele estava desesperadamente exausto de tanto descer e subir as escadarias.
Porém, quando o mestre lhe perguntou de novo o que havia aprendido, o discípulo olhou atentamente o cesto, e percebeu admirado:
- O cesto está limpo!
Apesar de não segurar a água, a repetição constante de encher o cesto acabou por lavá-lo e deixá-lo limpo.
O mestre, por fim, concluiu:
- Não importa que você não consiga decorar todas as passagens da “Palavra Sagrada” que você lê...
O que importa, na verdade, é que através deste processo a sua mente e a sua vida ficam limpos diante de Deus.

Autor desconhecido

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O rouxinol e a rosa


Era uma vez, um Rouxinol que vivia em um jardim.
No jardim havia uma casa, cuja janela se abria todas as manhãs. Na janela, um jovem, comia pão, olhando as belezas do jardim. Sempre deixava cair farelos de pão, sobre a janela. O Rouxinol, comia os farelos, acreditando que o jovem os deixava de propósito para ele. Assim criou um grande afeto, pelo jovem que se importava em alimentá-lo, mesmo com migalhas.
O jovem um dia se apaixonou. Ao se declarar a sua amada, ela disse que só aceitaria seu amor, se como prova, ele desse a ela, na manhã seguinte, uma rosa vermelha. O jovem, percorreu todas as floriculturas da cidade, sua busca foi em vão, não encontrou nenhuma rosa vermelha para ofertar a sua amada.
Triste, desolado, o jovem foi falar com o jardineiro da casa onde vivia. O jardineiro explicou a ele, que poderia presenteá-la com Petúnias, Violetas, Cravos, menos Rosas. Elas estavam fora de época, era impossível conseguí-las, naquela estação
O Rouxinol, que escutara a conversa, ficou penalizado pela desolação do jovem, teria que fazer algo para ajudar seu amigo, a conseguir a flor. Assim, a ave procurou o Deus dos pássaros que assim falou: - Na verdade, você pode conseguir uma Rosa Vermelha para teu amigo, mas o sacrifício é grande, e pode custar-lhe a vida! - Não importa respondeu a ave. O que devo fazer? - Bem, você terá que se emaranhar em uma roseira, e ali cantar a noite toda, sem parar, o esforço é muito grande, seu peito pode não agüentar. - Assim farei, respondeu a ave, é para a felicidade de um amigo!
Quando escureceu, o Rouxinol, se emaranhou em meio a uma roseira, que ficava frente a janela do jovem. Ali, se pôs a cantar, seu canto mais alegre, precisava caprichar na formação da flor. Um grande espinho, começou a entrar no peito do Rouxinol, quanto mais ele cantava, mais o espinho entrava em seu peito. O rouxinol não parou, continuou seu canto, pela felicidade de um amigo, um canto que simbolizava gratidão, amizade. Um canto de doação, mesmo que fosse da própria vida!
Do peito da pobre ave, começou a escorrer sangue, que foi se acumulando sobre o galho da roseira, mas ela não se deteve nem se entristeceu. Pela manhã, ao abrir a janela, o jovem se deteve diante da mais linda Rosa vermelha, formada pelo sangue da ave, nem questionou o milagre, apenas colheu a Rosa. Ao olhar o corpo inerte da pobre ave, o jovem disse: - Que ave estúpida! Tendo tantas árvores para cantar, foi se enfiar justamente em meio a roseira que tem espinhos...
Reflita: Cada um dá o que tem no coração... Cada um recebe com o coração...

(Oscar Wilde)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O rio que não gostava de mudar


Movimento significa contínua transformação, mudança, aprendizado. Significa evolução. Isso nos faz lembrar da historinha sobre o sentido da vida.
Ela diz que somos todos como o rio que vai descendo, procurando o melhor caminho.
Podemos nos enganar muitas vezes mas isso fará parte do aprendizado e não da derrota. Podemos cansar de tudo e, deprimidos, querermos até desistir.
Então, parados, transformamo-nos em lagos, para assim podermos provar a nós mesmos que estamos sozinhos e que o universo ao redor, com sua mania de movimento e transformação, não nos diz respeito e tudo que se dane.
No entanto, começa a cair uma chuvinha irritante que termina nos fazendo transbordar e lá vai
o rio descendo novamente, seguindo caminho, inapelavelmente.
O rio, então, muda-se para um lugar onde não chove e ele possa continuar sua reclusão em paz, onde ele possa sofrer sozinho sem ninguém para lhe dar lições de moral.
Mas aí, acaba descobrindo que aos poucos está se transformando em vapor, subindo para o céu e virando nuvem. Ele até pensa em aproveitar e seguir como uma nuvem até o pólo sul, onde desceria como neve e ficaria como aquelas montanhas de gelo, solitárias e auto-suficientes.
Mas só de pensar no quanto teria de se transformar, desiste. Além do mais quem garante que até elas não evaporem mesmo com o sol fraco dos pólos? Achando aquilo tudo o cúmulo da aporrinhação e intromissão, rio enfim decide esconder-se numa caverna profunda, a mais profunda que houvesse, no centro do planeta, onde enfim pudesse ser um pequeno lago, eternamente tranqüilo e sem ninguém a lhe dar conselhos sobre evolução e transformação.
Foi um esforço tremendo. Teve que primeiro transformar-se em chuva e umedecer bem as rochas, depois penetrá-las e descer por dentro delas, tendo sempre que buscar reforço quando o calor ameaçava estragar tudo.
Pensou várias vezes em desistir mas aquilo era sua única saída.
Sabia que talvez levasse toda a vida provando sua tese mas valeria a pena. Por fim terminou conseguindo.
Virou um lago no fundo da caverna mais profunda. Mostrou ao mundo que podia ficar deprimido e desistir de tudo, tinha esse direito de não querer seguir em frente, de não querer se transformar.
Então, completamente exausto, sorriu satisfeito e morreu. E a morte veio saudar-lhe com todas as honras.
Afinal, um rio que dedicou sua vida inteira a se transformar no lago mais distante da mais profunda caverna, e conseguiu, é mesmo um rio bem especial. Um rio que captou como nenhum outro que a evolução é o sentido da vida.
Moral da história: tudo se transforma, cada um a seu modo, ainda que insista em não se transformar. Porque somos a própria evolução.

Ricardo Kelmer (Texto extraído do livro "Quem Apagou a Luz?")

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O menino e as flores


Eu andava apressadamente e, de repente, um estranho trombou em mim.
- Oh, me desculpe, por favor - falei para ele.
E ele disse: - Ah, desculpe-me também, eu simplesmente não a vi!
Nós fomos muito educados um com o outro, aquele estranho e eu.
Então nos despedimos e cada um foi para o seu lado.
Mais tarde, naquele dia, eu estava fazendo o jantar e meu filho parou ao meu lado...
...tão em silêncio, que eu nem percebi.
Quando me virei, tomei o maior susto e lhe dei uma bronca.
- Saia do meu caminho, filho!
E eu disse aquilo com certa braveza.
Ele foi embora, com seu pequeno coração partido.
E eu nem percebi o quanto havia sido rude com ele.
Quando fui me deitar, ouvi a voz calma e doce de Deus me dizendo:
Quando falava com um estranho, quanta cortesia você usou!
Mas com seu filho, a criança que você ama, você nem sequer se preocupou com isso!
Olhe no chão da cozinha, você verá algumas flores perto da porta. São flores que ele trouxe para você...
Ele mesmo as colheu e queria lhe fazer uma surpresa.
Você não percebeu nada, nem viu as lágrimas nos olhos dele.
Nesse momento, eu me senti muito pequena. E agora, era o meu coração que derramava lágrimas.
Então eu fui até a cama dele e ajoelhei ao seu lado.
- Acorde filhinho, acorde. Estas são as flores que você pegou para mim?
E ele disse:
- Eu as peguei porque achei tão bonitas como você! Pensei que iria gostar...
- Filho, sinto muito pela maneira como agi hoje. Eu não devia ter gritado com você daquela forma.
- Ah mamãe, não tem problema, eu te amo mesmo assim!
- Eu também te amo. E adorei as flores...
Às vezes colocamos nosso esforço em coisas muito menos importantes que nossa família, que as pessoas que nos amam, e não nos damos conta do que realmente estamos perdendo.
Perdemos o tempo de ser carinhoso, de dizer um EU TE AMO, de dizer um OBRIGADO, de dar um sorriso, ou de dizer o quanto cada pessoa é importante pra nós.
Ao invés disso, muitas vezes agimos com rudeza, e não percebemos o quanto isso machuca os nossos entes queridos.
No entanto, a família é o nosso maior bem!

Autor desconhecido

domingo, 18 de setembro de 2011

O Elefante acorrentado


Você já observou um elefante no circo?
Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais.
Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisiona uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo.
A estaca é só um pequeno pedaço de madeira. E, ainda que a corrente fosse grossa, parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir.
Que mistério!!!
Por que o elefante não foge?
Perguntei a um adestrador e ele me explicou que o elefante não escapa porque está adestrado.
Fiz então a pergunta óbvia:
“Se está adestrado, por que o prendem?”
Não houve resposta!
Há alguns anos descobri que, por sorte minha, alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta:
O elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno!!!
Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso: naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar.
E, apesar de todo o esforço, não pôde sair. A estaca era muito pesada para ele. E o elefantinho tentava, tentava e nada.
Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino: ficar amarrado na estaca, balançando o corpo de lá para cá, eternamente, esperando a hora de entrar no espetáculo.
Então, aquele elefante enorme não se solta porque acredita que não pode. Jamais, jamais voltou a colocar à prova sua força. Isso muitas vezes acontece conosco!
Vivemos acreditando em um montão de coisas
"que não podemos ter",
"que não podemos ser",
"que não vamos conseguir",
simplesmente porque, quando éramos crianças e inexperientes, algo não deu certo ou ouvimos tantos "nãos" que "a corrente da estaca" ficou gravada na nossa memória com tanta força que perdemos a criatividade e aceitamos o "sempre foi assim".
De vez em quando sentimos as correntes e confirmamos o estigma:
"não posso",
"é muita terra para o meu caminhãozinho",
"nunca poderei",
"é muito grande para mim!"
A única maneira de tentar de novo é não ter medo de enfrentar as barreiras, colocar muita coragem no coração e não ter receio de arrebentar as correntes!
Vá em frente você consegue!!!

(Damásio de Jesus)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O louco


Perguntas como me tornei louco...
Aconteceu assim:
Assim, assim, assim...
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido...
Despertei de um sono profundo...
...e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas.
As sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas.
Então corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando:
"Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
É um louco! É um louco!
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: "É um louco!".
Olhei para cima, pra vê-lo.
E o sol beijou pela primeira vez minha face nua...
E minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras.
Como num transe, gritei:
"Benditos, bendito os ladrões que roubaram minhas máscaras!"
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura:
A liberdade e a segurança de não ser compreendido...
Pois aquele desigual que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.

Khalil Gibran

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O cavalinho e a borboleta



Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante há muitos anos atrás.
Eram elas, um cavalinho e uma borboleta.
A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem.
Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza.
Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada.
A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho.
Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso.
Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso.
Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso.
Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.
Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro.
Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto.
E vieram outras manhãs e mais outras e dezenas de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta.
Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela.
Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou.
Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali.
- Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu.
- Ah, é você então o famoso cavalinho.
- Famoso, eu?
- É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?
- É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos.
- Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.
- Morreu? Como foi isso?
- Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice.
Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém.
- Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.
Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.
- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste e sucumbiu e morreu.
- E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias?
- Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:
"Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."
Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.
Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes, foi você mesmo que o colocou.

Silvana Duboc

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ela é minha amiga!


Numa distante aldeia do Vietnam, a vida seguia seu curso...
...apesar da guerra.
Mas um dia, inesperadamente, um bombardeio atingiu o vilarejo matando e ferindo principalmente crianças.
Dentre os feridos, uma menina de seus oito anos era a que se encontrava em estado mais grave.
Um médico e uma enfermeira, estrangeiros, foram chamados pelo rádio e constataram que teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria devido aos traumatismos e perda de sangue. Era urgente fazer uma transfusão.
Mas desconheciam o idioma e não tinham como explicar para a população que necessitavam de voluntários para doar sangue.
Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho levantar timidamente. Era um menino, chamado Heng.
Uma velha senhora foi chamada e traduziu a solicitação.
Depois de verificarem que seu sangue era compatível, ele foi colocado as pressas ao lado da menina agonizante e espetaram-lhe uma agulha na veia.
O menino se mantinha quietinho e com olhar fixo no teto. Passados alguns momentos, deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre.
Os soluços ocasionais deram lugar a um choro silencioso, mas ininterrupto. Era evidente que alguma coisa estava errada.
Solicitada a interceder, a velha intérprete explicou:
- Ele pensou que ia morrer... Não tinha entendido direito e estava achando que ia ter que dar todo o seu sangue para a menina não morrer.
Espantado, o médico perguntou:
- Mas porque, então, se ofereceu para doar seu sangue?
E o menino respondeu simplesmente:
"Ela é minha amiga!"

Autor desconhecido

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Maturidade afetiva


Eu queria ser...
LUAR...
Para brilhar na noite dos amores incompreendidos.
SILÊNCIO...
Para fazer calar as vozes que atordoam o coração.
AMANHECER...
Para fazer um dia a mais de felicidade.
LUZ...
Para os que vivem na escuridão.
NOITE...
Para acalentar os que lutam durante o dia.
VIDA...
Para fazer nascer os que estão morrendo.
LÁGRIMA...
Para fazer chorar os corações insensíveis.
SORRISO...
Para encantar os lábios dos amargurados.
AMOR...
Para unir as pessoas... E lhes dizer que sou apenas uma delas.
Na verdade amigo (a)...
Eu queria ser mesmo um pequeno Beija Flor...
Para entrar pela tua janela e te dar um beijo ou um abraço

Desconheço o autor

sábado, 10 de setembro de 2011

Martelando


Quando nada parece dar certo, vá ver o homem que corta pedras...
Ele martela a rocha umas 100 vezes, sem que uma única rachadura apareça.
De repente, a pedra se abre em duas.
Certamente não foi essa última martelada que conseguiu isso.
Mas sim, essa...
...e todas as que vieram antes.

Jacob Riis

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A macieira encantada


Segundo a lenda, no alto da montanha existente próximo ao reino havia uma árvore encantada que produzia maçãs de ouro.
Mas, até o momento, nenhuma pessoa havia conseguido colhe-las.
O Rei queria estas maçãs para salvar o seu povo da pobreza e das dificuldades que enfrentavam.
Então, ordenou que três de seus mais valentes cavaleiros fossem buscá-las.
O povo, esperançoso, reuniu-se na saída do povoado para saudar a partida dos cavaleiros.
Cada um deles seguiu por um dos três caminhos existentes, levando consigo apenas uma bolsa com mantimentos e algumas poucas ferramentas.
O Primeiro foi pelo caminho mais fácil e rápido, subiu a montanha e logo se deparou com a Macieira Encantada.
Sorriu feliz imaginando que seria o vencedor da missão.
O que ele não esperava é que as maçãs estivessem em galhos tão altos, inatingíveis.
Ele olhava, olhava, e não sabia o que fazer.
Daí resolveu esperar pelos outros, mas logo se cansou, desistiu e retornou ao povoado.
O Segundo foi por um caminho não tão fácil.
Enfrentou galhardamente a primeira dificuldade, porém logo em seguida apareceu outra, e mais outra...
Ele acabou ficando cansado, esgotado, doente.
Quando se deu conta de seu péssimo estado físico, desistiu e voltou para buscar cuidados médicos.
O Terceiro seguiu por um caminho que logo se mostrou ser muito difícil.
A água acabou e quando enfim chegou sedento a um poço, viu que a corda do balde arrebentara.
Imediatamente improvisou uma escada com suas ferramentas e alguns galhos, desceu pelo poço e trouxe o balde cheio d´água.
Saciada sua sede, resolveu partir levando consigo a escada e a corda remendada, e percebeu que estava começando a gostar muito dessa aventura.
Mais adiante encontrou um rio com correnteza fortíssima e construiu uma pequena jangada para atravessá-lo.
Depois, com grossos troncos, fez rodas transformando a jangada em uma pequena carroça para transportar suas coisas.
E assim, sucessivamente, a cada nova situação que surgia, ele calmamente resolvia fazendo uso do que já aprendera até então, e do material que prudentemente guardara.
Por fim chegou ao seu destino...
E ficou extasiado diante da Macieira Encantada. Ela era tão bela, alta, brilhante; seus frutos ainda mais dourados pelos raios de sol.
Ele sentiu-se invadido pelo seu encanto e uma onda de sabedoria tomou conta de seu ser, enquanto seu corpo parecia estar também dourado.
Refeito do impacto, se pôs a trabalhar: subiu com a ajuda da escada, usou um bambu para empurrar os frutos mais altos e mais distantes e, por fim, acondicionou as maçãs na carroça improvisada.
Depois, agradeceu a Deus por ter lhe dado coragem, persistência, criatividade e forças para concluir, com êxito, a sua missão.
Certo de que poderia retornar quando fosse preciso, tomou o caminho de volta levando consigo os frutos de seu trabalho e esforços, colhidos com muita competência e merecimento.
Chegando ao reino, foi saudado como herói e recebeu todas as glórias que merecidamente lhe cabiam.

Autor desconhecido

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Luz interior


Sempre que você olhar a sua volta, e perceber que o mundo está confuso, que as pessoas se perdem... Se destroem em angústias... É porque é chegada a hora.
Olhe para dentro de você e perceba que a vida não é o que você escuta lá fora, mas sim, o que você carrega na sua consciência...
Não deixe que a descrença habite seu coração, nem permita sequer, se sentir vacilar. Procure na sua luz interior o brilho para desfazer todas as sombras e dúvidas.
Permita essa luz fluir pela sua consciência como um bálsamo... Permita que você busque sua verdade interior, que você trabalhe seus valores e que você encontre a sua paz...
Lembre-se e jamais esqueça, ninguém poderá fazer isso por você, pois a cada hora somos desafiados a aprender novas lições... Com o simples propósito de expandir a nossa consciência, para a conquista da paz e do amor ao próximo.
Mostre ao mundo o melhor de você, permita que você irradie essa luz, pois o mundo nada mais é que o resultado dessa luz interior.

Floripes Angelino

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Luz em você


"Deixe que uma luz penetre em você;
Aclare o raciocínio;
Vença as sombras, as más impressões e as expectativas.
Tome-se por inteiro de crenças positivas, fé e esperança.
Só com bons pensamentos pode-se ser feliz!

Lourival Lopes

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Luar


Lua cheia
Me lembra você:
Uma luz no meio da escuridão
Não que você reflita a luz de outros
(Você tem sua própria chama:
Aquela de quem ama)
É algo raro hoje em dia:
Alguém em quem confiar
Quem respeitar
Quem amar uma ilha no meio do oceano
Uma luz em meio às trevas
Te amar é o mais perfeito plano
Sob o luar, nas doces relvas
Lua minguante
Me lembra você também
Faz-me lembrar seus momentos de tristeza
Horas de ódio contra a natureza
Você cabisbaixa, como dizia o cantor:
"A minha gente sofrida
Anda olhando de lado"
O mundo parece prestes a acabar
A vida parece quase terminar
Lua nova
Esta não me lembra você
Pois sei que por maior que a tristeza seja
Jamais terá forças para te apagar
Pode devorar um pedaço de ti
Mas sempre haverá uma centelha
Pronta para iluminar a mim
Centelha semente
semente que nasce de repente
Lua crescente
Me recorda que a semente
Sempre germina, cedo ou tarde
Mesmo sem alarde
Apenas espera que a chuva lhe molhe
Que o Sol lhe dê forças
Me lembra que a centelha
Se transforma em fogueira
Renasce como a Fênix das cinzas
Supera dificuldades mil
Lua cheia novamente
A vida anda em círculos
Um dia no alto, um dia no fundo
(Mas o amor continua profundo)
É assim que as coisas são no mundo
A lua a me iluminar
Tua face a contemplar
Teu corpo a acariciar
Você inteira a amar...
Companheiro dos poetas
Amigo dos apaixonados
Doce lua...
Me lembra você, como já disse o poeta:
"Eu vivo sonhando em ser astronauta
Eu olho pra lua, eu sinto a tua falta"
Ver o luar, tocá-lo ao meu lado
Sonhar com o luar, amá-lo ao meu lado
Simplesmente te amar...
Pra se dizer o que se quer dizer
Não é preciso rimas nem refrões
É preciso certeza no que fazer
E confiar nas próprias emoções

André Luis Dantas

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Lição do fogo


Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo.
Era uma noite muito fria.
Um homem, que regularmente prestava serviços em um determinado grupo, sem nenhum aviso deixou de participar de suas atividades.
O líder encontrou o homem em casa, sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.
Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando.
No silêncio sério que se formara, apenas contemplavam a dança das chamas em torno das achas de lenha, que ardiam.
Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado.
Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel.
O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado e quieto.
Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez.
Em pouco tempo, o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada.
Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos.
O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo.
Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.
Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
- Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão.
Estou voltando ao convívio do grupo. Deus te abençoe!
Reflexão:
Aos membros de um grupo vale lembrar que eles fazem parte da chama e que longe do grupo eles perdem todo o brilho.
Aos lideres vale lembrar que eles são responsáveis por manter acesa a chama de cada um e por promover a união entre todos os membros, para que o fogo seja realmente forte, eficaz e duradouro.

Autor desconhecido

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Lenda nativa


O velho índio sabia que era muito importante preservar a cultura e as tradições de sua tribo.
Assim, enquanto a aldeia seguia calma em seus afazeres diários, o velho índio reunia os mais jovens para contar-lhes as lendas de seu povo.
Estas lendas, que na verdade encerravam profundas lições de vida, eram assim passadas de geração à geração, ha centenas de anos.
E, neste dia em especial, o velho escolheu contar a lenda do grande guerreiro...
Tratava-se, sem dúvida, do mais valente guerreiro da tribo.
Entretanto, apesar de sua valentia, o guerreiro atravessava uma fase bastante difícil.
Atormentado por problemas pessoais, ele sofria muito e faziam várias luas que andava sem ânimo para nada.
Certo dia, vagava pelas campinas questionando a razão de viver...
Certo dia, vagava pelas campinas questionando a razão de viver...
...quando decidiu buscar o Grande Espírito-Deus no alto de uma montanha.
Olhando para o céu, o guerreiro murmurou:
Deus, fale comigo...
E uma águia surgiu das nuvens.
Mas ele não viu...
Então ele repetiu:
Deus, fale comigo!
E um trovão ecoou nos céus.
Mas o guerreiro foi incapaz de ouvir...
Olhando em volta, então disse:
Deus, deixe-me vê-lo!
E uma nova estrela brilhou no céu.
Mas ele não a notou...
Desesperado, o guerreiro começou a gritar:
Deus, mostre-me um milagre!!!
E uma criança nasceu.
Mas ele não sentiu o pulsar da vida...
Então o guerreiro começou a chorar e clamou:
Deus, toque-me e deixe-me sentir que você está aqui comigo...
E uma borboleta pousou suavemente em seu ombro.
Ele espantou a borboleta com a mão...
E, desiludido, continuou o seu caminho... Triste, sozinho e com medo...
O velho índio olhou para os jovens e concluiu a narração da lenda, explicando:
Deus está contigo nos bons e nos maus momentos da vida. A todo momento Deus fala com você.
Ele está em tudo e em todos e se expressa através do milagre da vida.
Mas é preciso abrir os olhos e o coração para perceber sua presença e entender que nunca se está sozinho.
Busque Nele o amparo e o conforto de que necessita, e Ele o abençoará.

Baseado em texto extraído de Prece Indígena (livro traduzido e adaptado por San Etioy)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Lenda Judaica


Deus convidou um Rabino para conhecer o céu e o inferno.
Ao abrirem a porta do inferno viram uma sala onde havia um caldeirão no qual se cozinhava uma suculenta sopa.
Em volta dele estavam pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo tão comprido que permitia alcançar o caldeirão mas não a sua própria boca. O sofrimento era imenso.
Em seguida, Deus levou o Rabino para conhecer o céu. Entraram em uma sala idêntica à primeira, onde havia o mesmo caldeirão, pessoas e colheres de cabo comprido.
A diferença é que todos estavam saciados.
- Eu não compreendo - disse o Rabino. Por que aqui as pessoas estão felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?
Deus sorriu e respondeu:
- É porque aqui elas aprenderam a dar comida umas às outras.

Autor desconhecido

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Latinha de leite


Dois irmãos, moradores da favela, desceram o morro para pedir comida nas casas da rua mais próxima.
Estavam famintos.
- Vai trabalhar e não amole, foi o que ouviram através da porta fechada da primeira casa.
- Aqui não há nada, moleque! Disseram na segunda.
As múltiplas tentativas frustradas entristeciam as crianças...
Por fim, uma senhora caridosa disse-lhes:
- Vou ver se tenho alguma coisa para vocês... coitadinhos!
Ela voltou com uma latinha com leite.
Que festa! Ambos sentaram na calçada.
- Você primeiro, porque é o mais velho... disse o menorzinho com os olhos na latinha, a boca semi-aberta, mexendo a ponta da língua.
O mais velho levou a lata à boca e fingiu beber. Depois estendeu a lata ao irmão, dizendo:
- Agora é sua vez, mas só um pouco...
E o irmãozinho, dando um grande gole, exclamou:
- Como está gostoso!
- Agora eu, disse o mais velho. E, novamente, apenas fingiu que bebia.
E assim continuou o “Agora você, Agora eu, Agora você, Agora eu...”
Finalmente, o menorzinho, barrigudinho, esgotou o leite todo... sozinho.
Então o mais velho começou a cantar, a sambar, a jogar futebol com a lata de leite.
Estava radiante! O estômago vazio, mas o coração trasbordante de alegria.
Pulava com a naturalidade de quem não fez nada de extraordinário, ou melhor, com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas extraordinárias sem dar-lhes maior importância.
Aquele moleque nos proporciona uma grande lição:
quem dá é mais feliz do que quem recebe.
É assim que devemos amar...
Com tal naturalidade, com tal elegância, com tal discrição, que o outro nem sequer perceba o nosso gesto de amor.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Lambuze-se


Não coma a vida com garfo e faca, lambuze-se.
Muita gente guarda a vida para o futuro, Mesmo que a vida esteja na geladeira, se você não a viver, ela se deteriorará.
É por isso que tantas pessoas se sentem emboloradas na meia-idade.
Elas guardam a vida, não se entregam ao amor, ao trabalho, não ousaram, não foram em frente.
Depois chega o momento em que se conscientizam:
"Puxa, passei fome para guardar essas batatas e elas apodreceram."
Não deixe sua vida ficar muito séria.
Viva como se estivesse num jogo, saboreie tudo o que conseguir, as derrotas e as vitórias, a força do amanhecer e a poesia do anoitecer.

Roberto Shinyashiki

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Inocência


Uma menininha diariamente fazia o caminho para a escola sozinha e a pé.
Apesar do mau tempo daquela manhã, do vento forte e das nuvens ameaçadoras, ela seguiu seu caminho rumo à escola.
Ao longo do dia, o vento foi aumentando e formou-se uma tempestade com muitos raios e trovões.
A mãe pensou que sua filha poderia sentir medo ao voltar sozinha em meio ao temporal, pois ela mesma estava bastante assustada...
Preocupada, rapidamente entrou em seu carro e dirigiu pelo caminho em direção à escola.
Logo ela avistou sua filha...
Mas estranhou que, a cada relâmpago, a criança parava, olhava para cima e sorria!
Outro e outro trovão...
E ela sempre olhava para cima e sorria!
Finalmente, a menininha entrou no carro e a mãe, curiosa, foi logo perguntando:
-"O que você estava fazendo?"
E a garotinha respondeu:
-"Sorrindo! Deus não pára de tirar fotos minhas!!"
Deixemos que toda inocência floresça em nossos corações para podermos ver a bela e real felicidade que está nos momentos de simplicidade...

Autor desconhecido

sábado, 27 de agosto de 2011

Salmo 10


Proteção

Por que te conservas ao longe, Senhor? Por que te escondes em tempos de angústia?
Os ímpios, na sua arrogância, perseguem furiosamente o pobre; sejam eles apanhados nas ciladas que maquinaram.
Pois o ímpio gloria-se do desejo do seu coração, e o que é dado à rapina despreza e maldiz o Senhor.
Por causa do seu orgulho, o ímpio não o busca; todos os seus pensamentos são:
Não há Deus.
Os seus caminhos são sempre prósperos; os teus juízos estão acima dele, fora da sua vista; quanto a todos os seus adversários, ele os trata com desprezo.
Diz em seu coração:
Não serei abalado; nunca me verei na adversidade.
A sua boca está cheia de imprecauções, de enganos e de opressão; debaixo da sua língua há malícia e iniqüidade.
Põe-se de emboscada nas aldeias; nos lugares ocultos mata o inocente; os seus olhos estão de espreita ao desamparado.
Qual leão no seu covil, está ele de emboscada num lugar oculto; está de emboscada para apanhar o pobre; apanha-o, colhendo-o na sua rede.
Abaixa-se, curva-se; assim os desamparados lhe caem nas fortes garras.
Diz ele em seu coração: Deus se esqueceu; cobriu o seu rosto; nunca verá isto.
Levanta-te, Senhor; ó Deus, levanta a tua mão; não te esqueças dos necessitados.
Por que blasfema de Deus o ímpio, dizendo no seu coração:
Tu não inquirirás?
Tu o viste, porque atentas para o trabalho e enfado, para o tomares na tua mão; a ti o desamparado se entrega; tu és o amparo do órfão.
Quebra tu o braço do ímpio e malvado; esquadrinha a sua maldade, até que a descubras de todo.
O Senhor é Rei sempre e eternamente; da sua terra perecerão as nações.
Tu, Senhor, ouvirás os desejos dos mansos; confortarás o seu coração; inclinarás o teu ouvido, para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem, que é da terra, não mais inspire terror.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Inimigos ocultos


Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos!
Você sofre? Pois preste atenção ao seu sofrimento, porque...
Sofre de reumatismo: Quem percorre os caminhos tortuosos; Quem se destina aos escombros da tristeza; Quem vive tropeçando no egoísmo.
Sofre de artrite: Quem jamais abre mão; Quem sempre aponta os defeitos dos outros; Quem nunca oferece uma rosa.
Sofre de bursite: Quem não oferta seu ombro amigo; Quem retêm, permanentemente, os músculos. Quem cuida, excessivamente, das questões alheias.
Sofre da coluna: Quem nunca se curva diante da vida; Quem carrega o mundo nas costas; Quem não anda com retidão.
Sofre dos rins: Quem tem medo de enfrentar problemas; Quem não filtra seus ideais; Quem não separa o joio do trigo.
Sofre de gastrite: Quem vive de paixões avassaladoras; Quem costuma agir na emoção; Quem reage somente com impulsos; Quem sempre chora o leite derramado.
Sofre de prisão de ventre: Quem aprisiona seus sentidos; Quem detém suas mágoas; Quem endurece em demasia.
Sofre dos pulmões: Quem se intoxica de raiva e de ódio; Quem sufoca, permanentemente, os outros; Quem não respira aliviado pelo dever cumprido; Quem não muda de ares; Quem não expele os maus fluidos.
Sofre do coração: Quem guarda ressentimentos; Quem vive do passado; Quem não segue as batidas do tempo; Quem não se ama e, portanto, não tem coração para amar.
Sofre da garganta: Quem fala mal dos outros; Quem vocifera; Quem não solta o verbo; Quem repudia; Quem omite; Quem usa sua espada afiada para ferir outrem; Quem subjuga; Quem reclama o tempo todo; Quem não fala com Deus.
Sofre do ouvido: Quem prejulga os atos dos outros; Quem não se escuta; Quem costuma escutar a conversa dos outros; Quem ensurdece ao chamado divino.
Sofre dos olhos: Quem não se enxerga; Quem distorce os fatos; Quem não amplia sua visão; Quem vê tudo em duplo sentido; Quem não quer ver.
Sofre de distúrbios da mente: Quem mente para si mesmo; Quem não tem o mínimo de lucidez; Quem preza a inconsciência; Quem menospreza a intuição; Quem não vigia seus pensamentos; Quem embota seu canal com a Criação; Quem não se volta para o Universo; Quem vive no mundo da lua; Quem não pensa na vida; Quem vive sonhando; Quem se ilude; Quem alimenta a ilusão dos outros; Quem mascara a realidade; Quem não areja a cabeça; Quem tem cabeça de vento.
Causa e efeito. Ação e reação. Tudo está intrinsecamente ligado. Tudo se conecta o tempo todo. E assim, sucessivamente, passam os anos sem que o ser humano conheça a si mesmo.
O nosso maior inimigo é aquele que está oculto e que habita, inexoravelmente, no interior de nós mesmos.

Autor desconhecido

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Independência ou morte


Tem uma série de coisas que a gente deseja na vida: uma profissão que nos realize, uma intensa vida afetiva, viagens, amigos, descobertas.
Mas se eu tivesse que resumir em uma única palavra o que considero a mais importante conquista, esta palavra seria: INDEPENDÊNCIA
No dia 7 de setembro comemora-se a independência do Brasil.
No entanto, prefiro comemorar a minha, a sua, a nossa.
Não há quem não sonhe em trabalhar por conta própria, ser patrão de si mesmo.
Os que conseguem não trocam por nada.
Como conseguir isso?
Dominando um ofício, indo além do que os outros aprenderam, fazendo as coisas do seu próprio jeito, arriscando.
Parece difícil... E é.
E mais difícil ainda é ser independente no amor.
Paixão não entra nessa conversa.
Quando estamos apaixonados somos todos dependentes de telefonemas, de e-mails, de declarações, de presença constante.
Já o amor, que é um estágio posterior, mais sereno e seguro que a paixão, permite o desenvolvimento da independência.
Você não precisa estar em todos os lugares que o seu amor está, você não precisa concordar com tudo o que ele pensa, você não precisa abdicar dos seus projetos, você se sustenta, você conta, você existe.
Tem gente que abre mão disso por puro comodismo. Prefere ser uma sombra, um sparing. Defende-se dizendo que não tem outro jeito. Mentira. É uma escolha.
Ir sozinha ao cinema. Pagar sua dívidas. Viajar. Dirigir. Não afligir-se (tanto) com a opinião alheia.
Saber cozinhar pra si mesma, entreter-se com hábitos solitários como a leitura, pegar um táxi, resolver os próprios problemas, tomar decisões com confiança.
Não "precisar" dos outros, e sim contar com os outros para aquilo em que eles são insubstituíveis: companhia, sexo, risadas, amizade, conforto.
Se você ainda não atingiu este estágio, suba num cavalo imaginário e dê seu grito do Ipiranga.
Ficar amarrada à vida alheia faz você viver menos a sua.
Nada de fazer-se de desentendida só para não se incomodar. Incomode-se.
Dependência é morte.

Martha Medeiros